Artigo | Gestão Esportiva: mercado em ascensão

Artigo | Gestão Esportiva: mercado em ascensão

"Em um cenário que comporta gerenciamento individual de carreiras de atletas, a Gestão Esportiva tem demanda crescente por gestores"

O esporte, no Brasil, tem tudo para avançar à elite dos setores com forte potencial econômico no país. No entanto, o setor esportivo brasileiro - que representa hoje quase 1% do PIB nacional ou R$ 50 bilhões -, precisa lapidar dois pontos. 


O primeiro é estimular investimentos privados, pois ainda é tímida a presença da iniciativa empresarial. As milhares de medalhas olímpicas conquistadas pelos EUA, por exemplo, são provenientes da injeção de dinheiro privado no setor. Levantamento da International Events Group mostra que os EUA ocupam o primeiro lugar no pódio de investidores em marketing esportivo porque, por lá, as empresas entendem a força da indústria do esporte. Postura que ainda engatinha no Brasil.


Somente no futebol, os 20 clubes que estiveram no Campeonato Brasileiro em 2022 faturaram US$ 500 milhões a menos que os 28 times que disputaram a liga dos Estados Unidos, de acordo com dados da consultoria Sports Value. 


No que diz respeito ao setor público, o orçamento do Ministério dos Esportes também é baixo diante das gigantescas possibilidades e desafios que envolve. Para 2023 - quando a pasta foi retomada após dois anos desativada -, a verba disponibilizada gira em torno de R$ 200 milhões, montante que, segundo a ministra Ana Moser, dificulta a implementação de políticas esportivas, tanto para atletas e equipes de alto rendimento como, especialmente, no atendimento em escala (esporte comunitário). 


O segundo ponto está relacionado à profissionalização do esporte e um maior envolvimento da área acadêmica através de desenvolvimento científico, tecnológico e gerencial. Faltam pesquisas com dados precisos da área e entendimento do esporte como carreira profissional que vai além do atleta.


Em um cenário que comporta gerenciamento individual de carreiras de atletas, a Gestão Esportiva tem demanda crescente por gestores, administradores e executivos que entendam e dominem as quatro linhas desse mercado, propondo soluções e novas ideias. O Brasil possui gargalo importante na oferta desses profissionais e precisamos intensificar o potencial que temos. 


Também é interessante não perder de vista o positivo diálogo que o esporte mantém com a saúde, educação e cultura, compondo elos de transformação social. Assim, temos na Gestão Esportiva uma oportunidade e tanto para construir carreiras profissionais de sucesso centradas nos três pilares: estudo, produção de conexões na área por meio da presença em eventos corporativos, acadêmicos e públicos, e empreendedorismo.

 

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira Júnior 
Sócio fundador da GOAL Projetos e professor do MBA em Gestão do Esporte da Fundace FEA-RP-USP


Foto: Pixabay (foto ilustrativa)

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