41% dos brasileiros desperdiçam alimentos diariamente, afirma Embrapa
41% dos brasileiros desperdiçam alimentos diariamente, afirma Embrapa

41% dos brasileiros desperdiçam alimentos diariamente, afirma Embrapa

De acordo com a pesquisa, hábitos corriqueiros como comprar grandes quantidades ou estocar alimentos por muito tempo agravam este quadro

Segundo pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), divulgada pelo Senado Federal, 41% das famílias brasileiras desperdiçam alimentos. De acordo com a ONU, países ricos e pobres desperdiçam na mesma proporção, a diferença é a forma: nos subdesenvolvidos, 40% das perdas acontecem na colheita e no transporte. Já nos países desenvolvidos, a mesma proporção é desperdiçada no consumo.

Porém, segundo técnicos da Embrapa, o Brasil pode ser enquadrado nos dois modelos, dependendo da região ou da localidade.

Apesar de “não ser justo que pessoas passem fome e outras joguem no lixo uma quantidade extraordinária de alimentos”, como afirmou a presidente da CRA, senadora Ana Amélia (PP-RS), jogar comida fora, seja in natura, processada ou industrializada, é um costume brasileiro desdobrado em vários hábitos, como a atitude rotineira de quebrar a ponta do quiabo para ver se está maduro, conforme mencionou em audiência pública no Senado o pesquisador da Embrapa Antônio Gomes. “Depois disso, alguém vai comprar aquele quiabo que está na gôndola?”, questionou.



Desperdício como hábito

O também pesquisador da Embrapa Gustavo Porpino acompanhou o dia a dia de famílias brasileiras e norte-americanas de baixa renda com o intuito de diagnosticar os fatores e os diferentes comportamentos que as levam a jogar comida fora.

Porpino traçou perfis dos desperdiçadores levando em consideração atitudes como a de comer doces antes das refeições; jogar quantidades grandes de comida fora sem remorso; cozinhar mais do que o necessário; guardar sobras na geladeira até que estraguem; e planejar a compra e o preparo da comida de forma consciente.

A compra mensal abundante também foi associada ao desperdício. A prática, acredita o pesquisador, pode ser justificada pela instabilidade financeira das famílias pesquisadas, o que as leva a aproveitar promoções do tipo “pague 2 e leve 3”.


Foto: Senado Federal

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