Guilherme Longo tentou se alistar na França antes de seguir para Espanha
Guilherme Longo tentou se alistar na França antes de seguir para Espanha

Guilherme Longo tentou se alistar na França antes de seguir para Espanha

Relatos da trajetória do acusado foram contados pelo advogado Alexandre Durante e o pai do menino Joaquim, Arthur Paes

Acusado de matar o menino Joaquim, Guilherme Longo tentou se alistar na França antes de seguir para Barcelona na Espanha. Os relatos da trajetória de Longo foram contados pelo advogado Alexandre Durante e o pai da vítima, Arthur Paes.

De acordo com Durante, Longo fugiu do Uruguai para a Europa após o dia 28 de fevereiro. Na Espanha, ele ficou por duas semanas. “O Guilherme saiu de Montevidéu e foi à França, onde tentou se alistar na Legião Francesa, que é semelhante a uma ONG que presta ajuda a comunidades. Entretanto, como essa organização pesquisa sobre a vida dos colaboradores, ele desistiu e seguiu para o outro país”, disse.

O advogado contou que o caso foi complexo e existiu um trabalho conjunto da população, com a imprensa, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, a Polícia Federal, a Polícia Civil e órgãos internacionais. “As pessoas faziam denúncias e grande parte não dizia com a verdade, até que descobrimos que Guilherme tinha uma motocicleta em seu nome que circulava por comunidades da Zona Sul da cidade de São Paulo. Ele utilizava essa artimanha para fingir que estava e São Paulo e dificultar as investigações”.

O caso ganhou tamanha proporção que tinha uma equipe própria de investigações. Uma chilena foi crucial para a operação. Em Skype (comunicação virtual) ela divulgou para o advogado fotos e o endereço em que o acusado estava hospedado em Barcelona. O advogado de Arthur então passou as pistas para a Secretaria de Segurança e a Polícia Federal (PF).

A PF descobriu que Longo usava o nome de Gustavo Triani, um primo, e teria feito o RG, um CPF, um título de eleitor e o passaporte na cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Os documentos são autênticos, mas as informações são falsas. “O Guilherme utilizou uma certidão de nascimento do Gustavo para confeccionar. O passaporte foi confeccionado no dia 27 de dezembro de 2016. As investigações vão provar se ele teve ajuda de outra pessoa, como a de seu pai que depositou R$ 100 mil em uma conta para supostamente ajudar o filho”.

A Secretaria de Segurança também levantou que o RG de Triani foi feito em Ribeirão Preto no ano de 2001 e que o homem já morou na mesma casa em que o pequeno Joaquim morava. O primo do preso registrou Boletim de Ocorrência (BO) alegando que não sabia sobre os feitos de Longo.

Atualmente, após a prisão de Longo, o processo está em fase de andamento do pedido de extradição para retorno de Guilherme ao Brasil. Além dos crimes pelo assassinato de Joaquim, o acusado responderá pela saída ilegal de Ribeirão Preto, falsidade ideológica e falsificação de documentos. “As coisas devem se desenvolver a partir desta semana. As autoridades da Espanha têm 30 dias para autorizar a extradição", falou o advogado.

O pai do Joaquim, Arthur Paes, diz que foi angustiante ver todo esse processo. “Minha vontade era de ir até a Espanha. Foi uma mistura de emoções como alegria e raiva. Quando fiquei sabendo, eu estava em casa. A primeira etapa já conseguimos. O mínimo que esperamos é que ele seja preso pela justiça até o final do julgamento. Os dois têm de ser presos. Natalia não deveria ter sido solta. Não sei dizer o que realmente aconteceu, mas tenho a convicção que um dos dois sabe”.
 


Foto: Pedro Gomes

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