Membros do PT protestam contra buscas na sede do partido

Membros do PT protestam contra buscas na sede do partido

Ação de busca e apreensão de documentos feito pela PF acontece no prédio da direção nacional petista, em São Paulo

Membros do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores e integrantes de movimentos sociais fazem um protesto em frente à sede do PT, na capital paulista, onde a Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão desde a manhã desta quinta-feira, 23.

Os manifestantes estenderam uma faixa com a foto do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os dizeres “Tchau, ladrão. E o Temer?”. O secretário de comunicação do Diretório Municipal, João Bravin, disse estar indignado. Segundo ele, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, estava em Brasília e deve viajar para São Paulo.

“Mais uma vez, é uma ação seletiva da Polícia Federal, contra um partido político que não se negou em participar ou colaborar com investigações”, disse. “A cada semana temos um ministro desse partido golpista saindo do governo e ninguém vai na casa desses ex-ministros que tem delação, nem coercitivamente. Isso é um absurdo, uma perseguição seletiva”, disse.

A ação no âmbito da Operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato, começou às 6h na sede do PT em São Paulo, localizada na rua Silveira Martins, região central, que está interditada para o trânsito de veículos – apenas pedestres podem transitar pelo local.

Oito homens armados do Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal fazem a segurança do lado de fora da sede do prédio, auxiliados por policiais militares.

As ações da operação são feitas em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal e o objetivo é apurar o pagamento de propina, proveniente de contratos de prestação de serviços de informática, no valor de R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015, a pessoas ligadas a funcionários públicos e agentes públicos no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

O ex-ministro da pasta Paulo Bernardo foi preso preventivamente nesta quinta-feira em Brasília e deve ser conduzido para São Paulo. O advogado dele confirmou a prisão preventiva de seu cliente e afirmou não ver motivo para a ação: "a prisão não se justifica. O meu cliente não ocupa mais nenhuma função e sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.”

Os policiais federais estão cumprindo mandados também no Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Distrito Federal.


Foto: Rovena Rosa/ABr

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