Acirp teme que obras do PAC de Mobilidade tragam prejuízo aos lojistas
Com receio de afetar os negócios, Acirp é contra a implantação de corredores de ônibus nas avenidas da cidade

Acirp teme que obras do PAC de Mobilidade tragam prejuízo aos lojistas

Prefeitura recebeu repasse de R$ 310 milhões do governo federal para readequar o trânsito na cidade

A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) afirmou que as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade devem afetar negativamente o comércio da cidade. A nota foi divulgada pela associação nesta quinta-feira, 13.

As obras do PAC da Mobilidade tiveram início em 2018 e, até o momento, a prefeitura entregou três pontes na Avenida Francisco Junqueira. As próximas obras serão na rotatória da avenida Nove de Julho com a Portugal e no cruzamento da Presidente Vargas e Antônio Diederichsen.

Ao todo, o governo federal repassou R$ 310 milhões para a execução do projeto. Além das pontes e readequações de avenidas, o programa também inclui a implementação de corredores de ônibus, ciclovias e viadutos.

Por conta das mudanças na cidade, a Acirp tem promovido encontros com associados para apresentar os possíveis impactos que o novo Código de Obras e Edificações (COE) e as do PAC poderão acarretar nos negócios e na cidade.

“As obras causarão um grande impacto na organização do trânsito e na maneira como as pessoas se movimentam no espaço urbano. Os negócios também serão impactados. Por isso, a Acirp está acompanhando de perto e discutindo com os empresários alternativas para que eles planejem melhor seus investimentos e identifiquem oportunidades e ameaças existentes”, afirma Dorival Balbino, presidente da Acirp.

O principal impacto do programa, segundo a associação, é a implantação dos corredores de ônibus estruturais em importantes avenidas comerciais da cidade como Dom Pedro, Saudade, Presidente Vargas, Independência, Treze de Maio, Nove de Julho, do Café, entre outras.

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Segundo Eduardo Molina, gestor de competitividade e relações institucionais da Acirp, os estabelecimentos comerciais instalados nessas vias, onde o modelo de negócio depende das vagas frontais para o acesso dos clientes, podem ser muito impactados.

"Onde houver corredores de ônibus, as guias poderão ser rebaixadas somente 30% do tamanho da frente do terreno, e, na maior parte delas, também serão suprimidas muitas vagas de rua, dificultando o acesso de veículos", diz Molina. Por outro lado, explica o gestor, os negócios que têm como público a população que utiliza o transporte coletivo podem se beneficiar.

Nas ruas e avenidas que não tiverem os corredores de ônibus, valerão o que define o COE, que mantém a situação atual para empreendimentos já existentes e corretamente licenciados. Para novos empreendimentos, as guias poderão ser rebaixadas 50% da testada do lote.

Para as situações que já existiam as guias rebaixadas antes desta nova lei, poderão ser mantido o rebaixamento desde que ocorra o plantio de uma árvore a cada 10 metros e garanta acessibilidade com lotes vizinhos. “Importante ressaltar que isso não vale para as vias onde serão implantados os corredores de ônibus”, lembra Molina.

“Entendemos que essas obras podem beneficiar muitas pessoas ao melhorar a fluidez do trânsito e reduzir o tempo de deslocamento de quem utiliza o transporte coletivo, mas é importante que a prefeitura atue para reduzir o impacto dessas mudanças para os empresários que investiram nessas regiões, geram empregos e cujas famílias dependem desses negócios”, argumenta Balbino.

Por meio de nota, a Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp) informou que serão criadas vagas de estacionamento rotativo nas ruas e avenidas perpendiculares e adjacentes em que os corredores de ônibus serão implantados.

Também ressalta que as obras do Ribeirão Mobilidade trazem melhorias no trânsito e no transporte público proporcionando melhoria significativa na vida da população. Esclarece ainda que, antes do início de cada obra haverá ampla divulgação sobre rotas alternativas para que não haja prejuízo tanto para comércio quanto para a população.

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Matéria alterada às 17h43, de quinta-feira, 13, para atualização de informações.

 


Foto: Arquivo Revide

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