Alunos da Educação Infantil de RP recebem bolas de futebol e basquete para adultos
Secretário Municipal de Educação admitiu, por Facebook, que ocorreram “alguns equívocos” na licitação
A Prefeitura de Ribeirão Preto comprou, em 2018, um lote com 50 bolas para escolas de Ribeirão Preto, a maioria, contudo, não será utilizada. Isso porque, foram enviadas bolas de futebol e basquete de tamanhos oficiais para escolas de educação infantil, com crianças a partir de três anos.
O valor total da licitação foi de R$ 4 mil. Sendo, R$ 1,4 mil para a aquisição das bolas. A empresa vencedora foi a paulistana Century Comercial. A empresa é uma varejista, que tem como atividade principal a venda de artigos esportivos.
No cadastro da empresa na Receita Federal, ela também declara que realiza venda de móveis, ferramentas, brinquedos, tecidos, artigos de papelaria, entre outros. Por ser lojista, a Century comprou os produtos da fabricante Pangue, de Mairinque.
Em uma postagem em um grupo de professores, no Facebook, uma professora reclamou da situação. “Chegaram várias bolas de futebol igual as que usamos em aulas de educação física, porém, as criança estão na faixa etária de 4 meses a 3 anos. Nenhuma delas conseguem chutar ou segurar as bolas. Ou seja, muitas das bolas não serão utilizada e o dinheiro foi jogado fora”, afirmou a professora.
Na mesma postagem, o secretário municipal da Educação, Felipe Elias Miguel, respondeu que ocorreram “alguns equívocos” na aquisição e distribuição dos materiais. Segundo Miguel, em 2018, uma comissão definiu a quantidade e as especificações dos itens a serem comprados.
“Algumas escolas também receberam bolas incompatíveis com a idade do aluno, e essas também serão redistribuídas", afirmou o secretário de Educação. Uma bola de basquete pesa, aproximadamente 550 gramas. O peso médio de uma criança de 4 anos é de 14 kg a 18 kg. Seria algo equivalente a um adulto de 75 kg, jogar com uma bola de 2,5 kg.
Miguel também citou que quantidade de triciclos foi muito superior ao necessário. O secretário já solicitou que o excedente seja recolhido e reservado para as novas escolas que serão inauguradas.
Por fim, o secretário agradeceu aos professores que o alertaram sobre o problema."Acho que juntos poderemos realizar melhores investimentos na educação", escreveu.
Por meio de nota, a Secretaria da Educação informou que as unidades que entenderem que o brinquedo não está alinhado ao projeto pedagógico, têm a opção de redistribuir os brinquedos entre as demais escolas.
Segundo a Secretaria, as bolas adquiridas possuem tamanhos e texturas diferentes para estimular o desenvolvimento cognitivo e motor.
"As bolas são destinadas às atividades de movimento de crianças de creche e pré-escola, que possuem entre 2 e 5 anos e não à prática esportiva, como foi suscitado via rede social num primeiro momento", informou.
Problema semelhante
Uma confusão parecida virou alvo de polêmica no município baiano de Jequié, em 2017. Na ocasião, a Prefeitura do município comprou mochilas de tamanhos maiores para os alunos de até seis anos.
A imagem das crianças com as mochilas, quase do tamanho do próprio corpo, viralizou rapidamente. À época, a prefeitura de Jequié informou que as mochilas foram compradas para alunos maiores, e que o pedido para que elas também fossem distribuídas nas creches veio após o fechamento da licitação. Dessa forma, a Prefeitura optou por distribuir o material padronizado à todos os alunos.
Matéria atualizada às 17h02, de segunda-feira, 19, para acrescentar nota da Secretaria da Educação.
Foto: Pixabay - Imagem ilustrativa / Reprodução Facebook
