Após reintegração de posse em Sertãozinho, famílias vivem em tendas
Após reintegração de posse em Sertãozinho, famílias vivem em tendas

Após reintegração de posse em Sertãozinho, famílias vivem em tendas

Cerca de 170 famílias permanecem em um terreno ao lado de onde estavam há 6 anos

Uma semana depois de uma reintegração de posse na Granja, em Sertãozinho, em ação que contou com dezenas de policiais militares, na terça-feira, 16, muitas famílias permanecem em um terreno ao lado do local em que estavam instaladas, às margens da Rodovia Maurílio Biagi, e contam com doações de roupas e alimentos.

Cerca de 170 famílias que ainda estão por lá, de acordo com voluntários que têm doado alimentos, roupas e cobertores, estão abrigadas em tendas disponibilizadas pela prefeitura de Sertãozinho, em um terreno de uma empresa, que cedeu o espaço.

O presidente da Organização Não Governamental (ONG) Amigos Solidários, William Domingos, que fornece alimentos para pessoas necessitadas, começou a servir almoço e jantar para as famílias que ficaram no acampamento. Todos os dias são distribuídos 55 quilos de arroz. Ele conta que a ONG resolveu doar a alimentação, porque muitos moradores da ocupação já frequentava o sopão, realizado por ela, todas as semanas.

“O estado deste acampamento está crítico. Além de pegarem chuva e frio que vem ocorrendo nos últimos dias, eles estão dormindo em tendas e lonas. Muitos de fora criticam a nossa colaboração, porque tem gente que não precisaria estar lá, mas tem gente que necessita muito. Não vemos quem está certo ou errado, nós queremos ajudar quem precisa”, comentou Domingos.



Outra que se solidarizou com a situação das famílias que permanecem no local, é a boleira Natália Carvalho, que ao passar pela rodovia próxima ao acampamento, se sentiu sensibilizada, por ter visto muitas crianças e pessoas que passam necessidades. Ela resolveu organizar uma doação de alimentos e de cobertores e roupas de frio.

“Muitas pessoas não têm para onde ir. Estão sem rumo. Mesmo assim, a quantidade de comida que conseguimos arrecadar não consegue suprir nem 10% das pessoas que estão lá. Além disso, eles não têm cozinha, precisam que a comida seja feita pela ONG. A situação é desumana”, disse Natália, que foi ao local nesta quarta-feira, 24, entregar as doações arrecadadas.

A reintegração

A reintegração aconteceu na terça-feira, 16, e contou com forte aparato policial, que deslocou até um helicóptero para a operação. Porém, não houve conflito na retirada das famílias da Granja, já que elas já haviam sido notificadas, e se mudaram do lugar, que contava com casas e barracos de comum acordo.

A Prefeitura de Sertãozinho informou que mantém a assistência às famílias, com auxílio social e transporte para os jovens e as crianças em idade escolar e que ofereceu um lugar no Jardim Alvorada, bairro na periferia do município, para as famílias, até o momento da decisão final da Justiça.

De acordo com a prefeitura, são poucas as famílias que optaram em permanecer na região. O município informa que além das tendas, disponibilizou banheiros químicos, cestas básicas e leites.

Moravam na Granja aproximadamente 320 famílias – o município estima em mais de 900 pessoas -, que estavam no lugar desde 2011. Ao todo, 134 famílias já tinham assistência da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.


Foto: Arquivo Pessoal

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