Atitude que faz a diferença
Projeto Marmita Cheia de Amor ajuda pessoas em situação de rua e de vulnerabilidade social
Ajudar quem precisa. Esse é um desejo que muitas pessoas têm, mas que nem todos conseguem colocar em prática. A ideia e que se pode fazer é muito pouco diante da situação, talvez, desencoraje algumas pessoas a dar o primeiro passo e tomar uma atitude. O projeto Marmita Cheia de Amor prova que essa crença está totalmente equivocada: o pouco, pode sim, fazer toda a diferença na vida de alguém. Criado em maio de 2020, a ação começou em família. “Eu e o meu marido estávamos conversando sobre a pandemia e sobre a dificuldade que as pessoas em vulnerabilidade social e em situação de rua enfrentavam para conseguir alimento. Eles não tinham onde buscar ajuda. Compartilhamos essa preocupação com nossos filhos e, também, com os nossos sobrinhos, Gabriela e Marcos Paulo. Juntos, decidimos abraçar essa causa”, recorda Daniela Bulgarelli Mota.
Todos se reuniram na casa de Daniela e prepararam uma refeição, como se fosse para a própria família. Colocaram os alimentos em embalagens descartáveis e saíram pelas ruas da cidade. Nesse primeiro dia, foram entregues 19 marmitas e garrafas de água. “Naquele momento, não tínhamos estrutura, não tínhamos conhecimento e nem experiência, mas sobrava vontade. Saímos sem rumo, torcendo para cruzarmos o caminho das pessoas que mais precisassem da nossa ajuda. Aos poucos, fomos aprendendo como nos organizar melhor e definindo nossa rota. Testamos a receptividade em alguns dias específicos, para não coincidir com outras iniciativas já em andamento. Começamos no sábado, passamos para quinta-feira e, desde novembro, estipulamos o domingo”, comenta Gabriela Bulgarelli Maldonado Vasconcellos.
Semana após semana, eles viam o impacto positivo que causavam e esse entusiasmo acabou contagiando quem estava ao redor. Formou-se uma verdadeira corrente do bem, que fez o projeto crescer. “As pessoas passaram a nos conhecer. Construímos laços. Começamos a receber doações e o apoio de voluntários”, destaca Marcos Paulo Ribeiro Vasconcellos. Hoje, são entregues, em média, 120 marmitas por domingo. A refeição vem acompanhada de água ou suco e sobremesa. O local de preparo e o esquema de distribuição também mudaram. Desde julho deste ano, o projeto está sediado na Casa Tia Vanda, na Comunidade do Brejo.
“Perdemos a tia Vanda há seis anos. Durante boa parte desse tempo, o luto simplesmente nos paralisou. A partida dela deixou uma sensação de vazio, não só para a nossa família, mas em toda a comunidade em que ela estava inserida. Depois de muita reflexão, encontramos uma maneira de ressignificar essa tristeza, dando continuidade à missão dela aqui, que era cuidar do próximo. Abrimos a sua casa para a realização de alguns projetos sociais, incluindo o Marmita Cheia de Amor”, explica Daniela Sarne, sobrinha da Vanda. Quinzenalmente, eles promovem, também, um Varal Solidário.
Para que esse trabalho se fortaleça e atinja o maior número de pessoas possível, toda doação é muito bem-vinda. “As pessoas podem colaborar, tanto com um aporte financeiro, quanto com a doação de alimentos não perecíveis, misturas, embalagens, itens de higiene pessoal e roupas, principalmente masculinas. Em alguns condomínios, deixamos nossas caixas para facilitar esse processo. Outra forma de contribuir é com o seu tempo, atenção e carinho, sendo voluntário. Por menor que seja o gesto, ele faz a diferença”, acrescenta Gabriela. Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo Instagram: @marmitacheiadeamor.
Campanha de Natal
Além de manter a programação normal de distribuição de marmitas, o projeto prepara uma ação especial para o Natal. “Essa é uma data extremamente significativa e, por isso, queremos proporcionar, além da alimentação, um pouco de alegria para essas pessoas que tanto precisam”, comenta Gabriela. A ideia é preparar uma ceia, com arroz, feijão, pernil, chester e farofa. Como presente, serão distribuídos kits de higiene para as famílias e brinquedos para as crianças da comunidade.
Fotos: Divulgação
