Bar onde fiscais foram hostilizados é lacrado pela Prefeitura de Ribeirão Preto
Em 4 de setembro, enquanto os fiscais realizavam a autuação do local, dois homens chegaram e passaram a ofender servidores

Bar onde fiscais foram hostilizados é lacrado pela Prefeitura de Ribeirão Preto

No início do mês, agentes da Fiscalização Geral foram impedidos de realizarem a autuação por dois homens que chegaram no local e passaram a ofender os servidores

*Notícia atualizada às 13h39 


A Prefeitura de Ribeirão Preto lacrou o bar no qual agentes da Fiscalização Geral foram hostilizados durante autuação. O estabelecimento foi fechado na sexta-feira, 18.

Segundo o Departamento de Fiscalização Geral, o local foi lacrado por uma "série de irregularidades como perturbação de sossego público, aglomeração de pessoas, disposição de mesas na calçada, entre outras".

No dia 4 de setembro, enquanto os fiscais realizavam a autuação do local, dois homens chegaram e passaram a ofender e intimidar os servidores. Um deles rasgou o que seria uma notificação. O bar alega que não desrespeitou nenhuma regra do decreto de distanciamento social e que possui provas disso.

De acordo com a Prefeitura, durante a autuação, o proprietário do estabelecimento não quis receber a notificação e a fiscalização foi hostilizada. "O estabelecimento será autuado pela Fiscalização Geral da Prefeitura pelas infrações cometidas e por impedir a ação da fiscalização. O caso também será encaminhado ao Ministério Público Estadual para que sejam tomadas as medidas legais", declarou a Prefeitura.

Segundo a prefeitura, o fiscal encontrou "diversas irregularidades no estabelecimento que estava com música ao vivo, o que é considerado espetáculo e está proibido, aglomeração de pessoas com número superior ao estabelecido pelo decreto municipal que limita em até 40% da capacidade do estabelecimento e colocação de mesas na calçada impedindo a passagem de pedestres".

O Portal Revide procurou um dos proprietários para comentar sobre a lacração, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

A confusão

Uma filmagem com as ofensas e intimidações foi divulgada nas redes sociais por um dos homens que participou da confusão. No vídeo, é possível ver os agentes sendo ofendidos enquanto realizavam a abordagem.

Os dois homens que aparecem ofendendo os servidores no vídeo não trabalham no bar e chegaram no local durante a autuação. "Onde vocês forem, eu vou!", repetia um dos homens.

Após os agentes irem embora, os homens comemoram. "Nós estamos juntos! Quase capotamos o carro pra chegar aqui, precisou é só chamar", disse um deles. Ainda é possível ver uma viatura da Guarda Civil Metropolitana na rua, porém, nenhum policial foi visto dentro do estabelecimento durante a filmagem.

Na ocasião, um dos proprietários declarou à reportagem que estavam elaborando um levantamento com imagens de segurança e provas de que a ação dos agentes da Fiscalização teria sido arbitrária.

"O que a fiscalização fez ontem foi um absurdo. Estamos juntando materiais das câmeras de segurança e vamos divulgar para a imprensa. Vamos mostrar que não tinha aglomeração aqui dentro e também o horário que estamos fechando as contas. Temos fechado por volta das 21h30 e 21h45, no máximo. Estamos sendo bem chatos com isso", informou Wesley Rios, um dos proprietários.

Ainda de acordo com o Rios, o bar limitou o acesso de clientes às mesas, mas não pôde controlar a aglomeração de pessoas que ocorreu do lado de fora do estabelecimento, na rua. "O pessoal que estava do lado de fora aguardavam os pedidos, porque nós não iríamos mais atender nas mesas. Tanto é que nem colocamos fila de espera para as mesas. Mas esse pessoal que está na rua nós não podemos controlar. [...] Não estamos aqui para prejudicar ninguém, nem causar problemas, estamos aqui para trabalhar, são 20 famílias que dependem disso.", explicou.

Conhecidos

Em julho, uma agente da Prefeitura foi agredida enquanto autuava na loja da qual um dos homens que aparecem no vídeo é proprietário. O lojista também participou de protestos na frente do Palácio do Rio Branco.

Em um desses protestos, o carro do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) foi cercado e atacado com socos e pontapés pelos manifestantes. Na ocasião, a Prefeitura disse que identificou os responsáveis e que tomaria as medidas necessárias.


Foto: Reprodução Facebook | MONTAGEM REVIDE

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