Crescem acidentes com motociclistas no Carnaval de Ribeirão, diz Polícia Rodoviária
Os dados foram divulgados em levantamento realizado pelo 3º Batalhão da Policia Rodoviária

Crescem acidentes com motociclistas no Carnaval de Ribeirão, diz Polícia Rodoviária

Com crescimento de 55% comparado ao ano de 2017, a quantidade de testes de bafômetro também foi maior nas vias rurais da cidade

O Carnaval de Ribeirão Preto em 2018 registrou aumento de 160% no número de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas nas rodovias da cidade. Durante os cinco dias de Carnaval no ano anterior, houve cinco ocorrências e, neste ano, foram 13 casos semelhantes. Não houve vítimas fatais neste caso. Os números foram disponibilizados pela 4ª Companhia do 3º Batalhão da Policia Rodoviária. Segundo o levantamento, duas pessoas morreram nas estradas de Ribeirão Preto durante as festividades de 2018.

A pesquisa aponta outro dado expressivo no ano. Com aumento de 55% comparado a 2017, a quantidade de testes de bafômetro também aumentou nas rodovias. De 9 a 13 de fevereiro foram realizados 705 testes de etilômetro (bafômetro), fiscalizando 252 pessoas a mais que no último ano.

Neste Carnaval, quatro pessoas foram autuadas em flagrante pela alcoolemia, 45 pessoas se recusaram a passar pelo bafômetro e 79 foram multados pela quantidade de de álcool elevada no sangue.

“A estrutura social da Lei de Trânsito (artigo 1º e parágrafos) busca o trânsito seguro, em relação ao administrado, por meio da conscientização e educação. Logo, quem exercitar cidadania perante o agente da fiscalização pode ser beneficiado com uma orientação em vez de autuação (multa)”, afirma o advogado especialista em trânsito Adhemar Gomes Padrão Neto.

Para o advogado, no caso específico do bafômetro a opinião é de que o efeito jurídico seja justo e coerente, então o cidadão deve se submeter ao teste e exercer o direito a contraprova.

Ainda de acordo com Neto, é preciso levar a conhecimento público que álcool e volante respondem por menos de 7% dos acidentes fatais. Os outros 93% ocorrem em razão de imprudência, negligência, imperícia e veículos inseguros.

“Estudo a questão há mais de 20 anos e no Brasil só tem aumentado o número de mortes e lesões graves no Trânsito. O álcool não é o fator principal, embora possa ser um agravante. A questão da violência do trânsito vai muito além", diz.

Situação do País

A negativa em fazer o teste do bafômetro, na prática, mantém a situação de quem é pego alcoolizado, pois este ficará 12 meses com o direito de dirigir suspenso.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a frota circulante é de mais de 250 milhões de veículos. Lá, o número de mortes anual chega a 80 mil para uma população de mais de 300 milhões de pessoas. Existe um limite “aceitável” independente da frota ou da população.

No Brasil existem de 70 mil a 80 mil mortes com frota veicular de 50 milhões de automóveis e 200 milhões de habitantes e um modal de transporte de cargas rodoviário.

Cidade

Neto afirma que Ribeirão Preto possui deficiências na fiscalização. “A administração do trânsito conta com menos de 35 agentes para uma cidade de 700 mil habitantes e 500 mil veículos registrados. A gerência está a cargo de uma Empresa de Economia mista o que, em regra, não pode”, diz.

Para o advogado, a empresa não fiscaliza, em termos de legislação de trânsito, a frota de ônibus urbanos porque ela própria administra esse transporte na cidade. “Por conseguinte, o ‘caixa’ da Transerp é uma enorme cesta de Receitas e Despesas, todas misturadas. Todo ano o Tribunal de Contas (SP) aponta irregularidades nessa ‘cesta’. Junte-se a isso que nossos veículos são de baixa qualidade técnica e está pronto o script desse filme de horrores (mortes e mutilados do trânsito). Isso custa, para a economia do País, algo em torno de R$ 80 bilhões ao ano”, avalia.

Feriados

Por fim, o especialista explica que, dentro desse contexto, quando há feriados e festas populares, os índices dos acidentes disparam. Ele diz que a única forma eficaz de o cidadão não correr risco nessas ocasiões é evitar viajar e trafegar dentro das cidades.

“Portanto, a dica é simples, só dirija se estiver em boas condições psicomotoras, inclusive com o tempo de descanso e sono em dia. Caso contrário, não insista porque o resultado poderá marcar a sua vida e da sua família para sempre”, finaliza Neto.


Foto: Arquivo Revide

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