"Comprova, Revide": sindicato desmente nova greve dos caminhoneiros
Para os caminhoneiros, neste momento, uma nova greve é inviável

"Comprova, Revide": sindicato desmente nova greve dos caminhoneiros

Sindicam diz que boato foi compartilhado por uma instituição irresponsável, que não faz parte do movimento

Nos últimos dias, um boato sobre a possível volta da greve dos caminhoneiros no Brasil tem sido compartilhado nas redes sociais. A notícia tem assustado a população local, que já sofreu com a paralisação que ocorreu no mês de maio. O Comprova, Revide desta segunda-feira, 3, foi atrás de esclarecer os rumores sobre o caso.

Em contato com o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens ou Transportadores Rodoviários de Cargas Geral de Ribeirão Preto e Região (Sindicam), a entidade desmentiu uma nova greve. A posição do sindicato é de que no dia 12 de setembro haja uma movimentação em Brasília para questionar alguns acertos em relação à tabela de fretes.

Os sindicatos e líderes do movimento vão até a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para esclarecimentos. Para o Sindicam, neste momento, outra paralisação só iria prejudicar o que já foi conquistado pela categoria. “Não existe greve”, afirma o presidente do sindicato, José Carlos Venerozo Junior.

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Nova greve

Os rumores surgiram após uma nota divulgada pela União dos Caminhoneiros do Brasil (UDC), em que caminhoneiros da entidade afirmam que farão uma mobilização em todo o país após o feriado da próxima sexta-feira, 7. A UDC reforça que o governo não tem cumprido com o que foi prometido em relação ao preço do diesel, que no dia 31 de agosto, teve um reajuste de 13%.

A lei que estabeleceu a nova política de frete prevê revisão dos pisos mínimos caso o combustível tenha oscilação superior a 10%, para acomodar o aumento de custos dos caminhoneiros. A entidade reclama da falta de fiscalização nas estradas pela ANTT. A UDC pede mais fiscais e postos de fiscalização que obriguem as transportadoras a cumprirem com a tabela mínima do frete.

Após o comunicado, o Deputado Federal Osmar Terra (MDB-RS) também se manifestou. “Não se deixem levar por lideranças que vocês não conhecem. Eu fui intermediário entre os líderes e o governo que nos levaram a conquistar a lei do mínimo do frete. Não está programada uma grave”.

A assessoria jurídica do Sindicam também comentou o assunto. A advogada Lucélia Pelegrini esclareceu a posição do sindicato. “Paralisação não existe. É um trabalho de 20 anos que pode ser destruído por estas pessoas”.

Para ela, tudo se trata de fake news. “Isso é uma informação compartilhada pela UDC irreal, mas eles não representam nenhuma liderança ou sindicância no movimento. Essa UDC não participa das reuniões em Brasília. Dentro desse grupo existem intervencionistas e eles querem criar pânico na população por causa das eleições e tudo que ocorre”.

Por fim, Lucélia explica que o que tem sido feito pelas lideranças é que, no dia 12 de setembro, a ANTT será cobrada. “Queremos uma fiscalização referente à tabela de preço mínimo do frete, não tem nada a ver com a paralisação. Tudo que tinha que ser acatado nós já fizemos. As reivindicações foram atendidas e até então está tudo correto”.

 Líder do movimento em Ribeirão

Segundo Jean Aparício, que liderou o movimento em Ribeirão Preto, não haverá nova greve. “Pelo que eu sei, nós não vamos paralisar. Vamos apenas cobrar o governo. Não é o momento de parar”, explica Aparício.


Foto: Tânia Rêgo

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