Conselheiros tutelares em Ribeirão Preto denunciam depredações
Conselheiros tutelares em Ribeirão Preto denunciam depredações

Conselheiros tutelares em Ribeirão Preto denunciam depredações

Eles temem pela segurança e pedem que medidas mais efetivas

Mato alto, janela quebrada, computadores depredados e ar-condicionado roubado, fora o medo de sofrer com qualquer tipo de violência. Essa é a rotina dos conselheiros tutelares em Ribeirão Preto, que cobram providências para poderem trabalhar com segurança.

Essa situação foi descrita por uma das conselheiras que trabalham no Conselho Tutelar III, localizado na Vila Virginia, Deborah Cristina Sant’Anna dos Santos, que acusa o poder público de ter abandonado o conselhos tutelares no município, além de apontar que as soluções apresentadas são apenas paliativas e não resolvem o problema por completo.

“Corremos o risco de morte e toda situação nós acionamos o poder público, promotoria, e nos dão soluções paliativas, que de fato não resolvem o problema. A população acha que está abandonado, mas não temos segurança para trabalhar”, comenta Deborah, que diz que é comum chegar para trabalhar nas segundas-feiras e encontrar pedaços de pedras no chão que foram utilizados para quebrar as janelas e sinais da invasão, além do mato alto no local.

“Nós estamos sendo atacados sempre. Toda segunda-feira chegamos e as janelas estão todas quebradas. Eles entram na mesa, pulam lá dentro, eles jogam fora o leite que recebamos, por maldade mesmo, quebram os computadores”, denuncia a conselheira.

Ela comenta que os autores desses atos são justamente aqueles a quem o conselho tutelar ajudaria, crianças e adolescentes, embora ela não os culpe, já que Deborah afirma que eles são vítimas.

“Eu vejo que quem faz isso são os adolescentes, e não os enxergo como totais culpados. Porque se tivessem recebido um cuidado com o Estado, que a família tivesse tido um acompanhamento, eles poderiam ter tido um futuro diferente. Eles fazem isso para chamar a atenção. Eles deveriam ser as pessoas que nós atendemos, e não vejo isso com maus olhos. O que fico triste é que a vida de um conselheiro tutelar não vale nada”, lamenta.

Mudança de prédio

Os problemas no Conselho Tutelar III nas últimas semanas já fizeram até com que a Secretaria Municipal da Assistência Social propusesse a mudança de local onde funciona, para um lugar mais próximo de uma base da Polícia Militar. O objetivo seria tentar diminuir a quantidade de ocorrências, já que mesmo após o registro de diversos Boletins de Ocorrências, a situação não foi resolvida.

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Essa hipótese, porém, não anima Deborah. “Tem a possibilidade de mudar de prédio, mas são tantas propostas, que fica difícil de acreditar. Estamos ali para defender os direitos das crianças e dos adolescentes, e não para por nossa vida em risco por um descaso. Poderia ter um segurança, e o lugar ficou marcado, tem sujeira, pino de cocaína”, critica.

O Diretor do Departamento de Gestão Administrativa e Financeira da secretaria, José Carlos Martins, afirma que o município já ofereceu duas casas para a mudança do conselho, porém a sugestão foi recusada pelos conselheiros. No entanto, segundo ele, foi dado o retorno requerido, além de terem sido colocados vigias noturnos no local.

Já quanto à questão do mato alto, a Coordenadoria de Limpeza Urbana informa que a situação “já estava difícil antes da greve devido ao contingenciamento, entretanto, com a paralisação dos serviços o quadro piorou”, mas que logo que os encerre a paralisação, a coordenadoria irá atender à solicitação “o mais rápido possível”.


Foto: Arquivo Pessoal

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