Correios dizem que paralisação não afeta serviços de atendimento
Em nota, estatal disse que a rede de atendimento está aberta em Ribeirão Preto, e em todo país, por meio do "Plano de Continuidade de Negócios"
A paralisação parcial dos empregados dos Correios, iniciada nesta segunda-feira, 17, pelas representações sindicais da categoria, não afeta os serviços de atendimento da estatal, de acordo com nota enviada pelos Correios. Um levantamento parcial, realizado na manhã desta terça-feira, 18, mostra que 83% do efetivo total dos Correios no Brasil está trabalhando regularmente.
A empresa informou também que já colocou em prática seu "Plano de Continuidade de Negócios" para minimizar os impactos à população. Medidas como o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões estão sendo adotadas.
De acordo com os Correios, a rede de atendimento está aberta em todo o país e os serviços, inclusive Sedex e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios. Para outras informações, os clientes podem entrar em contato pelo telefone 0800 725 0100 ou pelo endereço https://apps2.correios.com.br/faleconosco/app/index.php.
O sindicato que representa os trabalhadores não informou, em Ribeirão Preto, qual o tamanho da adesão à paralisação na cidade e na região. Trabalhadores dos Correios na região de Ribeirão Preto decidem por greve por tempo indeterminado em assembleia realizada nessa segunda, 17, em Ribeirão.
Segundo o sindicato local, os motivos são:
- Greve contra a privatização dos Correios.
- Greve contra a falta de respeito à vida dos trabalhadores, que não pararam nem mesmo com a pandemia que já ceifou mais de 100 vidas nos Correios.
- Greve contra a retirada de direitos e benefícios dos trabalhadores, já implantado desde 01/08.
O Sindicato ressalta que o objetivo não é lutar por melhores salários, mas apenas pela manutenção nas condições atuais.
Negociação
Por meio de nota, os Correios informaram que, desde o início das negociações com as entidades sindicais, tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
"Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Diversas comunicações inverídicas e descontextualizadas foram veiculadas, com o intuito apenas de provocar confusão nos empregados acerca dos termos da proposta. À empresa, coube trazer as reais informações ao seu efetivo: nenhum direito foi retirado, apenas foram adequados os benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado.
Os trabalhadores continuam tendo acesso ao benefício do Auxílio-creche, para dependentes com até 5 anos de idade. Os tíquetes refeição e alimentação também continuam sendo pagos, conforme previsto na legislação que rege o tema, sendo as quantidades adequadas aos dias úteis no mês, de acordo com a jornada de cada empregado: 22 tíquetes para quem trabalha de segunda a sexta-feira e 26 tíquetes para os empregados que trabalham inclusive aos sábados ou domingos.
Estão mantidos ainda – aos empregados das áreas de Distribuição/Coleta, Tratamento e Atendimento -, os respectivos adicionais.
Vale ressaltar que, dentre as medidas adotadas para proteger o efetivo durante a pandemia, a empresa redirecionou empregados classificados como grupo de risco para o trabalho remoto – bem como aqueles que coabitam com pessoas nessas condições –, sem qualquer perda salarial.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.
É importante lembrar que um movimento paredista agrava ainda mais a debilitada situação econômica da estatal. Diante deste cenário, a instituição confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, para trazer o mínimo de prejuízo possível para a população, especialmente neste momento de pandemia, em que a atuação dos Correios é ainda mais essencial para o Brasil."
Foto: Divulgação Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Ribeirão