Crise e aumento da insegurança abrem oportunidades para empreendedores
O mercado de vigilância eletrônica no Brasil aumentou 20% em 2016; novos projetos na área são propostas até pelo Presidente da República
Em uma das gigantes mundiais do setor da segurança privada, 2015 representou um prejuízo de R$ 10 milhões para seus clientes no Brasil, apenas em razão da quantidade de roubos a mercadorias, tanto, que em meio à crise econômica, a empresa resolveu dobrar os investimentos para suavizar esses contratempos, oferendo salários de até R$ 30 mil para gerentes de monitoramento em tecnologia, para diminuir estes riscos e aliviar a arrecadação das empresas.
A soma entre o aumento da insegurança nas cidades brasileiras e a crise econômica também tem ajudado as pequenas e médias empresas que atuam no setor de segurança privada e patrimonial. Em todo o Brasil, 2016 já marca um aumento de 20% do mercado de vigilância eletrônica, segundo a Associação da Indústria de Segurança (SIA).
Até o Governo Federal, em meio à meta de corte de gastos da gestão do presidente Michel Temer (PMDB), tem buscado “soluções inovadoras”, como a adoção do uso da tecnologia para manter seguro os bens da União, como divulgou a revista Época, no último mês de agosto. As Olimpíadas também contou com a atuação de empresas particulares. Nos Jogos do Rio, 59% dos agentes, externos e internos, eram contratados da iniciativa privada.
A segurança privada foi bancada paga pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e custou R$ 252 milhões, que somado aos investimentos do governo em equipamentos e estruturas atingiu R$ 350 milhões.
No primeiro semestre de 2016, em Ribeirão Preto e região foram registrados 5.645 roubos, 7% a mais do que o ocorrido no primeiro semestre de 2015, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre eles, o assalto a Prosegur, o maior da história de Ribeirão Preto, em que teriam sido roubados mais de R$ 60 milhões, de acordo com avaliação preliminar da Polícia Civil.
Jean Nascimento é diretor de uma empresa de tecnologia na área de segurança em Ribeirão Preto, que apenas nos oito primeiros meses do ano viu o crescimento da demanda por serviços de videomonitoramento em 15% na comparação com todo o ano passado.
A empresa em que atua, inicialmente tem o foco para prestação de serviços de tecnologia da informação, mas por necessidade, em razão da crise, que diminuiu o número de contratos e também a perda de clientes, foi preciso buscar soluções, e o aumento nos números de ocorrências registradas pelas autoridades foi um chamativo. “Aí veio a necessidade de se precaver e investir em algo diferente do que a empresa fazia para complementar os negócios”, conta Nascimento.
Além disso, ele explica que a empresa viu outra oportunidade para investir com o aumento de entregas de condomínios residenciais, que necessitavam de soluções de segurança para oferecer aos moradores. “Estamos elaborando um projeto de segurança que animou a área deste negócio”, segundo ele, e afirma que este é o momento de captação de novos clientes.
Foto: Ascom | Prefeitura do Rio de Janeiro
