Crise e obras atrapalham comerciantes do Centro

Crise e obras atrapalham comerciantes do Centro

Comerciantes chegam a brincar que prefeitura poderia fazer um "TCC - Trabalho de Conclusão do Calçadão", para que as obras sejam finalizadas

Está programada para esta semana uma reunião na Prefeitura de Ribeirão Preto para definir qual será o futuro das obras no Calçadão, no Centro da cidade. Isso porque, mais uma vez, as obras podem atrapalhar o comércio daquela região no fim do ano, na época de mais movimento.

A expectativa do Governo Municipal é que até o fim de novembro as obras já estejam prontas, depois de quatro anos, para que os consumidores aproveitem dezembro para realizar compras para Natal e Ano Novo.

Porém, um acordo entre a prefeitura e a Associação Comercial e Industrial (Acirp) prevê a interrupção das obras a partir de dezembro, com retorno só após as festas, para que os serviços não atrapalhem os compradores.

Para a conclusão dos serviços, ainda é necessária a retirada de postes de iluminação e a retirada da fiação externa, além do assentamento do piso já colocado.

Mas a promessa da prefeitura não anima os comerciantes do Centro, porque outro problema acomete o comércio: a crise econômica pela qual atravessa o País.

Índice de Expectativa dos Empresários (IEE), da Acirp, mostra que os comerciantes são os que mais sentiram a crise, já que 63% deles apontam que o faturamento nos últimos seis meses foi ruim, sendo que mais da metade têm lojas no Centro.

O dono de uma loja de instrumentos musicais na área, Paulo Varaldo, fala que o problema da crise é bem maior, até porque os trabalhos no calçadão já tornaram rotina. “Já tem uns ‘dez’ anos que essa obra está aí, então se parar no fim de ano nem vai adiantar muito. O problema é essa crise, mas isso é de mercado mesmo. Uma hora vende, outra não”, afirma Varaldo. “Acham que com a abertura vão trazer gente que vai comprar no shopping, mas não é isso, porque lá no shopping as coisas são bem mais caras, então não são os mesmos clientes”, completa.

Já na loja vizinha, que trabalha com roupas, Daniel Zanetti também é outro que já está acostumado com a situação. Ele concorda que o problema da crise é maior do que o calçadão, tanto que, ao meio-dia, horário que costuma ter bastante movimento no Centro, é possível ver muitas lojas vazias, com os vendedores abordando os clientes na porta.

“Quem começou fazer faculdade quando começaram a mexer aí, já está até terminando. A prefeitura podia fazer um TCC – Trabalho de Conclusão do Calçadão”, brinca Zanetti, que acredita que o fator crise neste momento é muito mais decisivo do que a paralisação das obras, porém, o fator obras ajuda. “O foco do consumir é se atentar a vitrina das lojas e não a buracos no chão”, completa.

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Leonardo Santos
Foto: Leonardo Santos

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