Daerp vai recorrer de decisão e aponta que problemas têm mais de 30 anos
Superintendente disse que deficiências na rede de distribuição do município já haviam sido identificadas em 1986
Para o superintendente do Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp), Afonso Reis Duarte, o problema de Ribeirão Preto é a gestão da água e não a produção. Ele disse, nesta quarta-feira, 4, que vai recorrer da decisão da justiça que estipula que a autarquia resolva, em 48 horas, o problema de falta de água no município.
O superintendente ainda afirmou que o Daerp precisa passar por mudanças profundas, pois a situação encontrada aponta para problemas que já haviam sido identificados em relatório de 1986. Duarte afirma que os problemas que têm sido apresentados vão ser corrigidos e comentou os pontos indicados em despacho da justiça que determinou a correção das falhas.
“Nós encontramos uma autarquia sucateada e com sérios problemas financeiros. Não poderia ter sido administrada com tamanha ingerência. É um grande barco à deriva”, destacou o superintendente, que apresentou números que apontam para diminuição da reclamação de moradores sobre a falta de água – em setembro foram registradas 930 críticas, enquanto no mesmo mês de 2016 foram 1,1 mil.
Ele ainda disse que, dos 38 setores do sistema de abastecimento do Daerp, apresentaram problemas de falta de água, no último mês, as regiões do Jardim Paulista, Parque Bandeirantes, Jardim Paulistano, Maria da Graça, Paulo Gomes Romeu, Parque Ribeirão, Jardim Paiva, Monte Alegre, Cidade Universitária, Sumarezinho, e City Ribeirão.
O superintendente culpou a rede de distribuição do município - que, ao invés de encher o reservatório primeiro, abastece as casas, e depois sim os tanques -, além do alto consumo da população, a rede defasada e o grande número de furtos na fiação das bombas que realizam a captação da água.
O diretor técnico do Daerp, Waldo Villani Júnior, que também participou de entrevista coletiva sobre a situação, apontou que são encontrados, em média, 13 vazamentos por quilômetro da rede, e apontou que as suspeitas são de que ex-servidores da autarquia passariam informações para as quadrilhas que atuam no roubos dos cabos das estações de captação do Daerp.
Vai recorrer
Sobre a decisão da 1ª Vara da Fazenda de Ribeirão Preto, que acatou uma liminar do Ministério Público para regularizar o abastecimento de água em qualquer lugar de Ribeirão Preto em um período de 48 horas, sub multa de R$ 10 mil, o assessor jurídico do Daerp, Renato Bim, apontou que a autarquia ainda não foi notificada, porém, vai acatar a decisão, mesmo contestando.
“Vamos contestar para derrubar essa liminar. Nós temos como dar respostas aos pontos que o despacho diverge e para resolver a situação. Se em 2014 a liminar foi indeferida, ela deve ocorrer novamente neste momento, porque, como vemos, desde então, a situação se encontra a mesma”, disse o advogado.
Foto: Leonardo Santos
