Desde 2008, Ribeirão Preto ganhou quase 160 prédios por ano
Segundo números da Secretaria de Planejamento, foi autorizada a construção de 1,9 mil edifícios no município
Nos últimos 10 anos, Ribeirão Preto ganhou mais de 1,9 mil edifícios com mais de três andares, de acordo com dados da Secretaria de Planejamento e Gestão Pública, levantados pelo Portal Revide. A quantidade de construções caiu nos últimos anos, em comparação com o início da década, quando foram liberados mais de 280 alvarás.
Em 2008, o primeiro ano analisado, foi liberada 122 autorizações para a construção de edifícios. Segundo a Secretaria de Planejamento, as edificações são classificadas entre prédios altos, com mais de 10 metros de altura, e gabarito básico, com até 10 metros. A exceção é dos sobrados, que contam apenas com dois andares.
Ano – Autorização para construções com mais de 2 andares
2008 122
2009 156
2010 213
2011 289
2012 251
2013 227
2014 195
2015 159
2016 138
2017 148
2018 65*
*nos três primeiros meses do ano
Desde então, o número cresceu, chegando a 289 construções autorizadas em 2011. Nos anos seguintes, o número apresentou queda, chegando a 138 em 2016 e 148 em 2017. A arquiteta e urbanista Vera Migliorini aponta que Ribeirão Preto apresentou um crescimento mais horizontal do que vertical e, por isso, acredita que o município não é tão afetado pela verticalização.
“Nos últimos anos, acho que tem sido até pouco. Vemos um crescimento muito mais horizontal, do que vertical. Temos alguns lançamentos de edifícios, mas é uma questão bem pontual e localizada”, salienta a arquiteta, que diz que a verticalização, quando ocorre de maneira controlada, não é ruim, pois forma uma cidade mais concentrada, diminuindo distâncias e barateando a manutenção de infraestrutura.
“As discussões que vemos trata a verticalização como uma coisa ruim, e não é. Ela pode ser ruim, como aconteceu na nossa área central, que prejudicou o nosso quadrilátero, mas com um bom planejamento isso não acontece”, explica Vera.
Ela ainda aponta que experiências em diversos países mostram que a construção de edifícios altos promove o crescimento da cidade de uma forma densa, apresentando mais qualidade de vida. “Do ponto de vista econômico, se pensarmos na cidade sustentável, ela deve ser densa. Quanto mais você afasta as localidades de uma cidade, mais você aumenta as viagens, tem maior custo de manutenção de serviços e infraestrutura. É uma cidade muito cara de se manter. Enquanto uma cidade mais densa e compacta seria mais interessante neste sentido”, conclui.
Foto: Pedro Gomes