Dezenas de mulheres fazem passeata em protesto a PEC que transforma aborto em crime
Segurando cartazes em defesa da mulher, a passeata foi liderada pela advogada Flávia Meziara

Dezenas de mulheres fazem passeata em protesto a PEC que transforma aborto em crime

Grupo feminista caminhou em volta da Praça XV de Novembro em defesa dos direitos das mulheres

O Movimento Feminista de Ribeirão Preto se reuniu na manhã deste sábado, 18, para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181, aprovada em 8 de novembro, pela Câmara dos Deputados, que pode, na prática, tornar inconstitucional qualquer tipo de interrupção de gravidez.

"Nós estamos na rua pelo direito das mulheres há muito tempo e tínhamos o dever de vir aqui protestar contra essa PEC", disse uma das organizadoras do protesto, a advogada de direitos humanos e do Movimento Feminista de Ribeirão Preto, Flávia Meziara.

Ela afirma que a aprovação da PEC 181 tornaria crime todos os tipos de interrupção de gravidez. Hoje, o aborto é permitido, por lei, em casos de gravidez por estupro, em risco de morte para a mãe e caso o feto apresente anencefalia (sem cérebro).

A manifestação começou por volta das 9h, quando o grupo se reuniu na esplanada do Theatro Pedro II para montar os cartazes e faixas de protesto, distribuindo cartilhas de orientação da PEC 181 e do conceito de feminismo.

Após as 10h, as mulheres iniciaram a passeata em volta da Praça XV de Novembro, aos gritos de "Sem feminismo não há socialismo", "Governo misógino e machista" e "Lugar de mulher é no tanque de guerra, na rua, onde ela quiser". Durante a passeata, um homem chegou a gritar "vão lavar roupa, voltem para as suas casas", mas não foi ouvido pelas mulheres.

"A aprovação da proposta só pioraria a situação de abortos clandestinos e, em caso de estupro, a mulher não teria acesso à pílula do dia seguinte, a coquetel anti-HIV e o suporte da saúde pública, e a probabilidade de contrair uma doença seria muito maior", explica Flávia.


Foto: Pedro Grossi

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