Elas respondem: como é ser mulher em Ribeirão Preto?
Portal Revide ouviu das mulheres como é ser e viver em Ribeirão Preto

Elas respondem: como é ser mulher em Ribeirão Preto?

Machismo, luta e coragem foram alguns dos pontos levantados pelas entrevistadas

Machismo, coragem, ética, luta e respeito. Estes foram alguns dos temas descritos pelas mulheres ribeirãopretanas. Para entender, direto da fonte, como é ser mulher em Ribeirão Preto, o Portal Revide entrou em contato com ribeirãopretanas de diferentes faixas etárias, ocupações e lutas. 

Beatriz Zanarotti, estudante
"Quando adolescente, era mais magra, sem muitos adereços e, desde os 12 anos, pude sentir na pele o que é querer andar sozinha na rua em paz. Eu fui seguida na rua em plena luz do dia por um cara com as genitais de fora e isso nem foi o pior que me aconteceu. Independente de formas ou aparências, você não pode só estar em paz, alguém sempre vai tentar interferir de alguma forma. Digo isso não somente por assediadores, essa pessoa que não te deixa pode ser sua vizinha também, te dizendo que você não vai arrumar casamento andando desse jeito.

Por outro lado, eu vejo motoristas de ônibus gentis que já mudaram a rota as 10 da noite só pra me deixar em segurança na porta de casa, já vi casais que me acompanharam para que eu não fizesse meu trajeto sozinha, já acompanhei outras mulheres pelo mesmo motivo.  É um passo de cada vez que faze uma enorme diferença e ser mulher exige uma luta diária em qualquer lugar, principalmente quando se anda para frente, mas ainda mal saiu do lugar".

Isabella Pessotti, secretária municipal da Cultura
"Ser mulher em Ribeirão, mais do que nas capitais, é encontrar a oportunidade diária de equalizar em grau de relevância e reconhecimento social o que se produz trabalhando e atuando socialmente.

A busca por equidade de direito é rotina para toda mulher. Compromisso com a representatividade feminina e a conquista de espaços equitativos de voz e ação".

 

Flávia Cristina Miguel,  artista plástica, arquiteta e micro empresária  
"Antes de sermos mulheres somos seres pensantes, temos que manter equilíbrio e controle emocional, sermos determinadas, energéticas e éticas. Estamos em uma transição de consciência, como seres em evolução não podemos nos deixar enfraquecer. Devemos cultivar a gentileza trabalhando o ego, o egoísmo e o insano desejo de poder. É preciso evitar direções destrutivas e se o fizer levar como lições de vida. Temos que ser solidárias no amor e na compaixão, porém sempre preservando e mantendo a feminilidade da mulher

Temos o dever de cuidar do futuro das novas gerações, orientando na educação e formação do caráter dos futuros 'novos cidadãos', que serão a semente da inovação. Para que frutifiquem é preciso plantar o pensamento de valores, respeito, deveres e voz ativa".


Michelle Tavares da Silva, educadora social.
"Ser mulher em Ribeirão é lutar, ser corajosa e conquistar meus sonhos e objetivos. É a tentativa diária de se equilibrar entre a independência e a intimidação. Ser mulher em Ribeirão é ser firme em meus propósitos e buscar uma forma de entender e valorizar o meu feminino neste mundo cheio de padrões machistas. Sou assim: essa mistura de mulher determinada, profissional, sonhadora e corajosa  lutando sempre por uma sociedade melhor".

 

Agatha Lima, fundadora da Ong Asgattas.
"Ser mulher em uma cidade machista e patriarcal não é fácil para as mulheres cis, agora tentem imaginar para uma mulher trans. Carregamos dogmas de frágeis, delicadas e sensíveis, mas temos que matar dois leões ao dia para sobrevivermos, só nós sabemos onde apertam nossos sapatos. Mulher ribeirãopretana símbolo de resistência, resiliência, somos sobreviventes de uma sociedade que ao mesmo que nos sustenta em parte, nos viola em quase todos os sentidos".

 

Vanessa Cesnik, psicóloga.
"Ser mulher em Ribeirão Preto, para mim, é muito bom, principalmente pelos espaços leves e agradáveis que tem para sair para se divertir com família e amigos".


Fotos: Foto: Julio Sian/ Arquivo Revide/Arquivo pessoal

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