Eleitorado de Ribeirão Preto é de maioria feminina e sem diploma superior
Números do TSE também revelam queda significativa no número de jovens eleitores

Eleitorado de Ribeirão Preto é de maioria feminina e sem diploma superior

Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram o perfil do eleitor ribeirãopretano

O perfil do eleitor ribeirãopretano é composto por mulheres, de meia idade e com a escolaridade até o ensino médio. Os dados foram extraídos de relatórios da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e do Tribunal Superior Eleitora (TSE). Além do perfil do eleitor, os números também apontam para uma queda de 55% no total de eleitores facultativos com idades entre 16 e 17 anos.

Maioria em Ribeirão, segundo dados do Instituo Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), as mulheres também representam maior parte do eleitorado: são 53,8% votantes ante 46,2% de homens.

Para o professor e mestre em ciência política Marcelo Buffa, a superioridade das mulheres no voto não parece surtir efeito na representatividade. “Quando falamos do número de pessoas candidatas, a minoria é de mulheres, aproximadamente 30%, que é o mínimo de participação feminina exigida pela legislação. A maioria dos candidatos são homens, brancos, com ensino superior e poucos trazem as demandas específicas dessa categoria em suas campanhas políticas”, comenta o professor.

Também de acordo com o TSE, cerca de 58% do eleitorado ribeirãopretano não concluiu o ensino médio e apenas 10% tem o ensino superior completo. Apesar disso, a média em Ribeirão está acima da nacional. Segundo pesquisa divulgada pelo Governo Federal para as eleições de 2016, 80,8% dos eleitores no País não concluíram o ensino médio e 6,9% possuíam o diploma do ensino superior.

Menos jovens

Em 2006, o número de eleitores com idades entre 16 e 24 era de 64 mil em Ribeirão. No último balanço publicado, em março de 2018, o número caiu para 54 mil. Representando uma queda de 15,9% nesta faixa etária. A queda fica mais acentuada quando observado apenas os jovens com idades entre 16  e 17 anos, que têm o voto facultativo. Em 2008, o total era de 4.147 e caiu para 1856, em 2018
Buffa atenta para o fato de que a redução do número de jovens eleitores facultativos, aqueles com idade de 16 e 17 anos, diminuiu não somente no município de Ribeirão Preto, mas no País como um todo. “Esse fenômeno pode ser atrelado ao desgaste político e de representação pública associado a um cenário de baixa perspectiva social e econômica. Além disso, o jovem tem deixado de buscar a representação política e tem utilizado as redes sociais para dar vazão às suas manifestações”, finaliza o especialista.

Para o advogado e mestre em direitos coletivos, Luiz Scarpino, a redução quantitativa dos jovens votantes impressiona, pois, nos últimos dez anos, essa faixa populacional tem crescido. Scarpino ainda comenta que a retração demonstra o desinteresse, no geral, do jovem pela política, sendo que tirar o título eleitoral parece ter se tornado uma mera obrigação legal e não um ato de civismo ou de compromisso para com a sociedade. 

"É de se lamentar que as instituições não atinjam o público jovem, sendo que nosso sistema educacional também falha ao não trabalhar esse nível de conscientização. Temos muito trabalho para frente", finaliza o advogado.


Foto: Arquivo Revide

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