Em 2017, apenas 3,4% da malha viária de Ribeirão Preto foi recapeada
Especialista analisa qual seria o melhor processo para melhorar ruas e avenidas da cidade

Em 2017, apenas 3,4% da malha viária de Ribeirão Preto foi recapeada

De acordo com os dados compartilhados pela prefeitura, apenas 52 quilômetros, de 1,5 mil, foram revitalizados

Em 2017, apenas 3,4% da malha viária de Ribeirão Preto foi recapeada pela prefeitura. De acordo com os dados compartilhados pelo Executivo, a cidade possui 1,5 mil quilômetros de malha viária pavimentada, mas apenas 52km  recebeu reforma no primeiro ano do atual mandato de Duarte Nogueira (PSDB).

Se a velocidade continuar de maneira semelhante ao último ano, até o final deste mandato apenas 13,6% da malha será recapeada, com o projetado número de 208 quilômetros recapeados até o final de 2020.

No início de 2017, com verbas provenientes do programa estadual Desenvolve SP, 28 quilômetros de ruas dos bairros da Vila Seixas, Cidade Universitária e Jardim Bela Vista, Alexandre Balbo, Dom Mielle, Jardim Zara, Planalto Verde, Jardim Irajá, Jardim São Luiz, Jardim América, Vila Seixas, Adelino Simioni e Jardim Orestes Lopes de Camargo foram revitalizados.

Ainda no último ano foram refeitos também 19 quilômetros de obras do PAC que contemplaram os bairros Jardim Itaú, Vila Elisa, Recreio Anhanguera, nas regiões oeste, norte e leste respectivamente.

O Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp) também realizou o recapeamento em cinco quilômetros da Avenida Antônia e Helena Zerrener, na Vila Tibério.

Novidade

Contas à parte, a promessa do governo para 2018 é recapear 110 quilômetros. Por meio de nota ao Portal Revide, foi divulgado que, no início deste ano, com recursos do Desenvolve SP, foi dado início às obras de recapeamento de 20,26 quilômetros de ruas e avenidas nas regiões Norte, Sul, Leste e Oeste, nos três primeiros meses. À época, a informação foi compartilhada pelo Secretário Municipal da Infraestrutura, Pedro Luiz Pegoraro.

Dos 54 trechos, já foram executados dos 20,6 km em várias ruas espalhadas por toda a cidade. “Além do recapeamento, a licitação para o 2º pacote do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para construção de três pontes, estão em andamento e com previsão de início de obras ainda em abril. A 1ª etapa, a duplicação da Avenida Mugnatto Marinceck, está em andamento desde janeiro deste ano e será entregue em dezembro”, foi informado à equipe de reportagem.

Opinião de especialista

Manzoli diz que o recapeamento não pode ser feito como solução de todos os problemas no asfalto da cidadeO engenheiro civil Anderson Manzoli afirma que há prejuízo ao realizar apenas ações que não recuperam as vias completamente. “ O problema é que, como toda estrutura na engenharia, simplesmente fazer um recapeamento não é a solução e, sim, uma das soluções para um tipo de problema específico. Hoje, a gente usa o recapeamento como se ele fosse solução para todos os problemas, mas não é”, afirma.

Para o engenheiro, o correto seria, inicialmente, unir as secretarias do Poder Executivo. “Não adianta nada eu chegar e falar que fiz o estudo viário de determinada região se depois de o trabalho ser feito corretamente de acordo com a norma, para durar de 10 a 15 anos, outra secretaria ir ao local e quebrar o asfalto para resolver outros problemas como de encanamento. A falta de contato entre os responsáveis pelas obras da cidade pode prejudicar o trabalho correto, que poderia ser bem feito”, avalia.

Por fim, para Manzoli, ao se pensar em recapeamento, é preciso saber que este trabalho é para um tipo específico de melhoria. “Recapeamento serve para quando eu não tenho problemas na estrutura do pavimento, que é a parte embaixo do asfalto, a que não vemos, e só existe um desgaste da superfície. Se a parte estrutural estiver correta, mas devido à rodagem dos veículos houver um desgaste, é nesse momento que o recapeamento tem de ser realizado, pois o trabalho é só de manutenção para acertar a camada superficial do asfalto”, finaliza.


Foto: Pedro Gomes e Julio Sian

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