Em 2018, Daerp gastou pelo menos R$ 2 milhões para troca de bombas de água
As causas variam entre o furto de cabos elétricos, queda de energia, desgaste dos equipamentos e problemas mecânicos

Em 2018, Daerp gastou pelo menos R$ 2 milhões para troca de bombas de água

No ano de 2019, situação já foi verificada três vezes, afetando mais de 20 bairros em Ribeirão Preto

O Departamento de Águas e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) gastou mais de R$ 2 milhões na troca de bombas de captação de água no ano de 2018. Ao longo do ano, foram realizadas a troca de 46 bombas. No ano de 2019, já foram realizadas a troca de três bombas, afetando o abastecimento em 23 bairros ribeirãopretanos. As causas variam entre o furto de cabos elétricos, queda de energia, desgaste dos equipamentos e problemas mecânicos.

Segundo a autarquia, seis das 46 bombas que foram substituídas não foram motivadas por problemas no funcionamento e, sim, para aumento de vazão. Além disso, outras seis bombas foram substituídas pelos fabricantes do equipamento e, por isso, não houve custos para o Daerp.

O Daerp informa que não é possível calcular o valor exato gasto para a realização da troca dessas bombas de captação de água, isso porque, eles seriam variados em função do tipo de bomba, profundidade do poço e equipamentos utilizados. No entanto, em três licitações realizadas no último mês de outubro, foram adquiridos conjuntos de motobombas subaquáticas. A soma dos três pregões é de R$ 1,9 milhão, conforme levantado pelo Portal Revide no Diário Oficial do Município.

O custo para cada equipamento é de R$ 29,3 mil. Todavia, em agosto do ano passado, a autarquia havia informado para a reportagem do Portal Revide que o custo total da troca de bomba é próximo de R$ 50 mil. Além disso, outras duas empresas foram contratadas em junho e julho de 2018 para locação de guindastes para que o serviço de troca seja realizado. No total, mais R$ 500 mil foram gastos para o pagamento deste aluguel.

Por meio de nota, a autarquia informou que “está implantando um rigoroso controle de manutenção preventiva junto aos poços com a substituição de painéis e chaves elétricas, acompanhamento da vazão e funcionamento das bombas, levantamento detalhado de cada equipamento que foi substituído para identificar as causas dos problemas e trabalhar para diminui-las”, pontua.

Três casos em 2019

O ano de 2019 mal começou, e três bombas de captação de água já tiveram de ser substituídas em Ribeirão Preto. Na última semana, foram registradas trocas de bombas no Quintino Facci II, afetando quatro bairros da Zona Norte, além da troca de uma bomba no Jardim Anhanguera, que atingiu 12 bairros da Zona Leste. Na primeira semana do ano, a troca de outra bomba de captação, também na região leste, afetou três bairros.

De acordo com o engenheiro Marcos Fontes, que é especialista em bombas de captação de água, diversos motivos podem levar às falhas dos equipamentos, ocasionando as trocas. Ele explica que os problemas podem variar desde problemas elétricos, até as condições de manutenção das máquinas.

“Uma das causas podem estar ligadas com falhas elétricas, como sobrecarga da linha, que pode ter danificado o motor, ou mesmo, toda parte de protetor externo e, c om isso, a parte elétrica, que protege esses picos de temperatura. Pode também, esquentar demais, por não desligar o motor, e pode acabar queimando”, explica o engenheiro.

Fontes ainda aponta outras situações que podem levar a defeitos nas bombas. “A bomba, se ocorrer uma falha mecânica, ela não necessariamente pode queimar. Mas, ela pode deixar de funcionar. Você tem o problema elétrico, que realmente é queimar o motor, ou alguma falha mecânica. Por exemplo, se você tiver uma bomba, que não foi preparada para trabalhar com água suja, que tenha resíduo, ela pode sugar resíduos e travar o rotor que está lá dentro, aí ela vai parar de funcionar por conta disso”, diz.

O engenheiro ainda informa que peças com a vida útil avançada também podem ocasionar em falhas no sistema de sucção, assim como, o excesso de ar dentro da tubulação de água pode ocasionar problemas, fazendo com que ela não consiga captar água.

 


Foto: Divulgação/Daerp

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