Em Ribeirão Preto, Ciro Gomes diz ser vítima de perseguição pela Polícia Federal
Ciro Gomes e Carlos Lupi estiveram em Ribeirão Preto nessa quinta-feira, 16

Em Ribeirão Preto, Ciro Gomes diz ser vítima de perseguição pela Polícia Federal

"Foi preciso chegar na presidência um bandido para que a PF se transformasse em uma ferramenta mesquinha de perseguição", declarou Ciro Gomes

O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) esteve em Ribeirão Preto nesta quinta-feira, 16, para a filiação de Suely Vilela ao PDT. No evento, realizado na Câmara Municipal dos Vereadores, Ciro falou sobre as investigações feitas pela Policia Federal em sua residência. 

Tanto Ciro, quanto seu irmão, Cid Gomes, são investigados pela Polícia Federal sob a suspeita de receberem vantagens na construção da Arena Castelão, em Fortaleza. Intitulada de Operação Colosseum, as investigações foram iniciadas em 2017 para buscar supostas fraudes e pagamento de propina de R$11 milhões para agentes políticos e servidores públicos envolvendo as obras da Arena entre os anos de 2010 e 2013, durante a gestão de Cid Gomes no governo cearense.

"Foi preciso chegar na presidência da República um bandido, boçal e genocida como o Bolsonaro, para que a PF se transformasse em uma ferramenta mesquinha de perseguição de um homem de bem", declarou Ciro na Câmara de Ribeirão Preto.

O presidenciável destacou que em 40 anos de vida pública nunca foi alvo de investigações como essa e que, em 2011, não ocupava nenhum cargo público."Quem tem pudor, quem tem decência e sofre o que eu sofri ontem, fica com vontade de enfiar a cara no chão, porque são 40 anos de vida pública e nunca vi nada parecido. Nunca sofri nada nem remotamente parecido. Mas acredito que o homem público, diferente dos cidadãos, não tem o direito à presunção de inocência. Tenho a obrigação de me defender e esclarecer. E foi isso o que eu fiz", acrescentou.

Na quarta-feira, 15, nas redes sociais, o pré-candidato se manifestou negando qualquer envolvimento com o esquema de corrupção. “Não houve superfaturamento na obra do Castelão. Não fui acusado pelo delator. Não exercia nenhum cargo público na época. Não existe busca e apreensão para apurar denúncias de anos atrás [...] Mas não se preocupem, eu serei capaz de demonstrar a violência que estou sofrendo por esse dispositivo bolsonarista que tomou conta de parte das instituições”.

A casa de Ciro fez parte de um ds 14 mandados de busca e apreensão expedidos pela 32ª Vara da Justiça Federal, em domicílios investigados nas cidades de Fortaleza, Meruoca, Juazeiro do Norte, São Paulo, Belo Horizonte e São Luís. Cerca de 80 policiais federais fazem as investigações nos endereços alvo.

As buscas tinham como objetivo apreender mídias digitais, aparelhos celulares e documentos. Os materiais apreendidos na operação policial e do fluxo financeiro dos suspeitos ainda passam por análise. Os investigados poderão responder, de acordo com as responsabilidades, pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva.

Filiação ao PDT

Apesar da fala de Ciro sobre as investigações ser um dos pontos mais aguardados do evento, a filiação da ex-reitora da Universida­de de São Paulo (USP), Suely Vilela, foi o que motivou o encontro.

Em 2020, nas eleições para a candidatura à prefeitura, Suely Vilela teve 36,84% dos votos válidos, contra 63,1% do atual prefeito, Duarte Nogueira.

Para Ciro, apesar de jovem no âmbito político, Suely tem experiências muito importantes para agregar ao partido. “A Suely não chegou a ser reitora de uma das maiores universidades do mundo à toa, ela chegou ali porque soube liderar os professores e alunos. Escolhemos ela para representar as mulheres, que na maioria são discriminadas e sofrem uma crescente violência”.


 


Foto: Luan Porto

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