Empresa de limpeza urbana demite 30 garis em Ribeirão Preto
Estre alega "reajustes contratuais" com a Prefeitura; Sindicato da categoria fala em corte de gastos durante a pandemia
Na quarta-feira, 12, a Estre Ambiental, empresa responsável pela a limpeza Urbana em Ribeirão Preto, demitiu 30 garis, que realizavam varreção de ruas e avenidas da cidade. As demissões representam cerca de 10% do quadro de funcionários da empresa. O anúncio do desligamento feito logo que os trabalhadores chegaram à empresa.
Por meio de nota, a Estre informou que o desligamento ocorreu em virtude de "ajustes contratuais que reduziram o escopo do serviço de varrição prestado para a cidade".
A empresa ainda declara que teve de realizar o desligamento dos funcionários pois, dada a natureza manual da atividade, não pode realocá-los em outra função. "Por decorrência da medida, a companhia está prestando o devido suporte aos profissionais, com o cumprimento do pagamento de todos os encargos previstos na legislação trabalhista", concluiu a Estre.
Procurada, a Coordenadoria de Limpeza Urbana da Prefeitura informou que o contrato com a empresa abrange vários itens, com quantidades variáveis, que aumentam ou diminuem conforme necessidade e orçamento.
"Esclarece que a prestadora de serviço administra seu pessoal de forma independente, não cabendo a prefeitura determinar o numero de funcionários na ativa, apenas fiscaliza a execução do serviço", escreveu o governo.
Ao Portal Revide, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio de Conservação e Limpeza Urbana de Ribeirão Preto (Siemaco), João Carlos Capana, disse que as demissões ocorreram em decorrência do corte de gastos na empresa.
"Estão cortando verba de várias secretarias, mas a limpeza urbana é um serviço essencial. Não acho certo cortar um serviço como esse durante a pandemia", comentou Capana.
O sindicalista conta que foram demitidos trabalhadores de idades e experiência variadas. "Foi algo um pouco aleatório. No grupo até tinham pessoas que queriam sair, mas a maioria não. Têm funcionários com problemas de saúde, inclusive uma que desenvolveu um problema no ombro durante o trabalho", relata.
Para tentar reverter a decisão, o Siemaco entrou com uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) e entraram com requerimentos na Câmara Municipal dos Vereadores.
Foto: Prefeitura de Ribeirão Preto