Empresário condenado por matar estudante durante protesto em Ribeirão tem a pena reduzida
Protesto de junho de 2013 deixou quatro pessoas feridas e uma vítima fatal em Ribeirão Preto

Empresário condenado por matar estudante durante protesto em Ribeirão tem a pena reduzida

Pena de 64 anos de Alexsandro Ichisato de Azevedo foi reduzida para 18 anos e 8 meses

O empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, condenado a 64 anos de prisão por atropelar e matar o estudante Marcos Delafrate e deixar quatro pessoas feridas em um protesto de junho de 2013 em Ribeirão Preto, teve sua pena reduzida para 18 anos e oito meses de cadeia.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tomou a decisão após a defesa de Ichisato questionar a pena com base na decisão do júri popular, realizado no fórum de Ribeirão Preto em fevereiro de 2020.

Quatro homens e três mulheres que faziam parte do júri consideraram Alexsandro culpado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa da vítima  –  o que rendeu pena de 24 anos – e outras quatro tentativas de homicídio – 40 anos de prisão. Três das pessoas feridas no dia do protesto prestaram depoimento. Na sentença, Alexsandro foi considerado culpado por homicídio qualificado e quatro tentativas de homicídio.

Marcus Túlio Nicolino, promotor do caso, afirma não ter tomado conhecimento oficial sobre a decisão. "O acórdão não foi publicado, só veio a informação de que houve a redução da pena. Mas o teor, o fundamento da decisão, eu não tenho conhecimento ainda", afirmou.

Segundo o promotor, a publicação oficial deverá ser publicada ainda nesta semana. Nicolino ressalta que não pode questionar a decisão do TJ. "Cabe ao ministério público de 2.º grau, a procuradoria geral de justiça interpor algum recurso". No entanto, de acordo com Nicolino, a família vítima deverá questionar essa decisão.

Entenda o caso

No dia 20 de junho de 2013, o empresário e sua ex-namorada saiam de um supermercado na Zona Sul de Ribeirão Preto. Do lado de fora, no cruzamento das avenidas Professor João Fiúsa e Adolfo Bianco Molina, manifestantes protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus.

O grupo que participava do protesto pediu para Alexsandro se afastar e tomar a saída lateral do estabelecimento. No entanto, depois de uma discussão, ele acelerou e atingiu o estudante, que morreu na hora, e outras 12 pessoas. 


Foto: Ibraim Leão / Arquivo Revide

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