Funcionários dos Correios de Ribeirão Preto entram em greve nesta quarta-feira, 11
Segundo os Correios, as federações de trabalhadores expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa

Funcionários dos Correios de Ribeirão Preto entram em greve nesta quarta-feira, 11

Paralisação acontece em grande parte do Brasil; funcionários buscam impedir a retirada de benefícios

Os funcionários dos Correios de Ribeirão Preto aderiram, na manhã desta quarta-feira, 11, a um movimento de greve anunciado na noite de terça-feira, 10, em assembleias realizadas em todo o País. O tempo de paralisação dos funcionários é indeterminado.

A categoria busca impedir a redução de benefícios e dos salários, além de ser contra a privatização da estatal, incluída em agosto no programa de privatizações do Governo Federal. Os trabalhadores também lutam contra a possível retirada de pais e mães do plano de saúde e reivindicam melhores condições de trabalho e outros benefícios, além do reajuste salarial em 0,8%.

A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) publicou uma nota em sua página na internet, que se diz crucial na construção da unificação total na luta da categoria. A federação aponta que, em todo o País, a categoria se mostrou consciente da gravidade da situação que enfrenta e decretou greve por tempo indeterminado. “A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família. A direção dos Correios, a mando do governo, se negou a negociar com os trabalhadores. O próprio Tribunal Superior do Trabalho denunciou isso. Sua Vice-presidência convocou a empresa para negociar, mas ela se negou”.

Segundo a instituição, a intenção do governo e da direção dos Correios é acabar com os benefícios da categoria. “Os trabalhadores dos Correios foram empurrados a uma encruzilhada histórica: ou lutam ou perdem o que conquistaram em anos de batalhas duríssimas! Infelizmente não restou alternativa. Para manter nosso Acordo Coletivo, repor as perdas aos salários e manter os empregos vamos ter que lutar. E tem que ser todo mundo junto e unido em cada setor e nacionalmente!”, disse em nota.

O carteiro Luciano Oliveira, do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de Ribeirão Preto e Região (Sintect/RPO) falou que tem acontecido uma coisa inédita. “Eles tentaram prorrogar a greve, mas a situação ficou difícil. Nós apenas queremos a redução do acordo coletivo de trabalho atual. Até sexta-feira, 13 de setembro, estamos parados. Vamos nos reunir na agência central de Ribeirão Preto”, contou.

O motorista Anderson Luiz Teixeira Francisco, informou que o motivo da paralisação e da revolta é a respeito da nova presidência do Correio. “Estamos perdendo muito. Ele chegou e só tem tirado nossas coisas. Nossa revolta é essa. Nunca teve uma negociação tão ruim para a categoria, como esta”.

Outro lado

Em uma nota oficial publicada no seu portal na internet, os Correios informaram que participaram de dez encontros na mesa de negociação com os representantes dos trabalhadores, quando foi apresentada a real situação econômica da estatal e propostas para o acordo dentro das condições possíveis, considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões. "Mas as federações, no entanto, expuseram propostas que superam até mesmo o faturamento anual da empresa, algo insustentável para o projeto de reequilíbrio financeiro em curso pela empresa. No momento, o principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população", diz a nota. 


Foto e colaboração: Cristiane Araújo

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