Gaeco prende cinco por extorsão e falsificação de documentos
Gaeco prende cinco por extorsão e falsificação de documentos

Gaeco prende cinco por extorsão e falsificação de documentos

Entre os presos estão advogados e funcionários públicos; mandados foram cumpridos na manhã desta quinta-feira, 4

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) realizou cinco prisões após percorrer dez locais em busca e apreensão pela Operação "Coiote", na manhã desta quinta-feira, 4. O anúncio foi feito pelos promotores de justiça Frederico de Camargo, Leonardo Romanelli e Walter Lopes, em coletiva de imprensa realizada no Ministério Público de Ribeirão Preto.

Dois advogados, dois funcionários públicos do Fórum e um falsário foram presos, acusados de extorsão, falsificação de documentos e pagamentos de propinas. Participaram da operação 35 fiscais militares, sete promotores e cinco servidores nas casas dos acusados, em escritórios de advocacia e no próprio Fórum, todos localizados em Ribeirão Preto.

”Cerca de dez pessoas foram extorquidas, dentre elas parentes de réus e pessoas totalmente alheias aos processos, em valores que iam de R$ 2 mil a R$ 35 mil”, disse Camargo, explicando que os acusados forjavam implicações e documentos com falsas promessas e alegavam ter contatos com embargadores, juízes e o próprio Gaeco para aliviarem os processos penais. Entre os procurados pela quadrilha estão três familiares de réus da Operação Sevandija.

“O grupo partia do pretexto de uma investigação criminal que envolveria um parente da vítima, prometendo falsamente uma facilidade a ela, utilizando o nome inclusive do Gaeco, e em seguida ameaçando-a a pagar pelo processo, o que chamamos de exploração por prestígio”, explicou Romanelli. Além disso, foram descobertas violações de sigilo funcional, venda de informações no cartório criminal e atuação irregular de ex-estagiários da OAB.

Só nessa operação foram apreendidos R$ 15 mil reais em dinheiro, dez computadores, duas porções de maconha, uma arma de uso restrito, crachás judiciários e documentos falsos, além de uma máquina processadora de carimbos. “Os documentos processuais estavam na posse de pessoas que não têm admissão jurídica para utilizá-los”, explicou Camargo.

“São crimes que agridem não só o patrimônio das pessoas que eram enganadas, mas sobretudo a imagem e a credibilidade da própria Justiça”, disse Romanelli, deixando claro que o judiciário, os responsáveis pela Operação Sevandija e pelo Gaeco não estão à venda de pessoas que usaram falsamente os seus nomes. Mais de 20 pessoas ainda serão ouvidas na investigação.


Foto: Pedro Grossi

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