Greve dos caminhoneiros: Abcam repudia anuncio do governo
Estimativa é que, até o final do dia, mais de 3 mil pessoas protestem na região

Greve dos caminhoneiros: Abcam repudia anuncio do governo

Participantes dizem que número de pessoas reunidas tem aumentado na paralisação

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) repudia o anuncio do governo sobre o final da greve. O anúncio realizado por ministros fez com que caminhoneiros em greve ameaçassem invadir ruas internas de Ribeirão Preto por conta do possível descaso do governo com a classe. Participantes dizem que número de pessoas reunidas tem aumentado na paralisação.

A expectativa é de que, até o final do dia, mais de 3 mil pessoas, em maioria caminhoneiros, aglomerem-se pelas rodovias da região. Sidney Lopes, um dos representantes da paralisação, afirma que a concentração está aumentando. "Ainda é imprevisível o que vai ser feito, mas, várias coisas podem acontecer”, fala. A informação foi confirmada pelo motorista de aplicativo Agnaldo Paula, que participa de boa parte da paralisação. Ele conta que os caminhoneiros têm se mobilizado com a ação.

Nesta sexta-feira, 25, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) se manifestou sobre o acordo com o governo nacional. Confira o comunicado oficial na integra:

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), juntamente com suas cinco Federações filiadas, repudia o acordo realizado entre Governo Federal e as outras entidades representativas do transporte rodoviário. Ao contrário do que foi dito, a Abcam tem representação legitimada pela categoria de transportadores autônomos do país, com cerca de 600 mil caminhoneiros filiados em todo o território nacional. Inclusive possui assento no Fórum do Transporte de Cargas, do Ministério dos Transportes e também é entidade filiada à Confederação Nacional do Transporte.

Portanto, como representantes dos caminhoneiros autônomos, emitimos em outubro de 2017, um oficio ao presidente Michel Temer a fim de apresentar ao governo a necessidade de isenção das alíquotas incidentes no valor do óleo diesel, um dos principais problemas para a categoria, já que o combustível representa cerca de 42% do custo do transportador.

Sem qualquer retorno do Governo, a Abcam reiterou solicitação no dia 14 de maio deste ano, exigindo, em caráter de urgência, uma discussão sobre o assunto. Foi informado ao Governo que uma paralisação da categoria poderia surgir e que era preciso o Governo se manifestar.

A Abcam aguardou até o final da semana, dia 18 de maio, um posicionamento do Governo. Sem respostas, a entidade iniciou o processo de mobilização por meio de suas lideranças e redes sociais. Para aqueles que não acreditavam na força do movimento, os últimos cinco dias de paralisações demonstram a força da categoria.

Ao contrário de outras entidades que se dizem representantes da categoria, a Abcam, não trairá os caminhoneiros. Continuaremos firmes com pedido inicial: isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no Diário Oficial da União.

A Abcam continua cumprindo seu papel de representação dos caminhoneiros perante o Congresso Nacional e as instâncias governamentais. Agora, deixaremos a resposta para o Governo nas mãos dos caminhoneiros. Se eles acham que a proposta apresentada pelo Governo é justa, que voltem para suas casas. Mas se consideram que o Governo não atendeu às suas necessidades, que permaneçam firmes!


Foto: Fernando Frazão

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