Greve dos servidores do Judiciário paulista entra na segunda semana e mobiliza diversas frentes

Greve dos servidores do Judiciário paulista entra na segunda semana e mobiliza diversas frentes

Paralisação cobra valorização salarial, reposição de perdas inflacionárias e abertura de diálogo com o Tribunal de Justiça de São Paulo

A greve dos servidores do Judiciário do Estado de São Paulo, iniciada em 14 de maio, segue mobilizando a categoria em diversas regiões do estado. Nesta última segunda-feira, 19, uma audiência pública foi realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para discutir o movimento e reforçar as reivindicações dos trabalhadores. A sessão ocorreu em um momento estratégico, quando a Alesp inicia as discussões da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a definição do orçamento para o ano de 2026.

 

Durante a audiência, foram abordadas pautas históricas da categoria, como a defasagem salarial, a ausência de aumento real desde 1995, o congelamento da tabela de vencimentos desde 2013 e o salário-base considerado insuficiente para diversos cargos. Também foram levantadas questões como o não cumprimento do plano de cargos e carreiras, a não implementação do Nível Superior para escreventes, o confisco das aposentadorias e a criação de gratificações que não se incorporam à aposentadoria.

 

Além disso, a audiência discutiu o contraste entre os salários dos altos cargos do Judiciário e a realidade enfrentada pelos servidores da base, bem como a falta de transparência na destinação de recursos orçamentários. Outro ponto debatido foi a morosidade no pagamento dos precatórios alimentares, alguns dos quais estão atrasados há mais de três décadas.

 

Representantes de diferentes entidades sindicais e parlamentares participaram da audiência, que também recebeu apoio formal de outras categorias, como os Metroviários de São Paulo. A mobilização busca pressionar o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) a abrir um canal de negociação mais efetivo com os servidores.

 

A greve, que ocorre após mais de 15 anos sem paralisações na categoria, também é marcada por uma retomada da cultura de mobilização sindical e por manifestações públicas. Nesta terça-feira, 21 de maio, os servidores realizam novo ato na Praça João Mendes, no centro de São Paulo, reforçando as principais reivindicações: reposição salarial de 30,24% e instalação imediata de uma mesa de negociação com o TJSP.

 

A paralisação segue sem previsão de encerramento


Foto: arquivo pessoal

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