Grupo quer encontrar novos lares a animais abandonados

Grupo quer encontrar novos lares a animais abandonados

Estúdio de Ribeirão Preto realiza ensaios com animais abandonados, para que eles possam ter um lar

Lindinha espera por alguém há alguns anos. Não que antes tenha tido extensa procura, afinal, as dificuldades de andar, devido a uma cinomose, era um empecilho. Porém, hoje, ela só quer alguma pessoa para compartilhar o amor que expande, ainda mais depois de curada. Ela representa o melhor da brasilidade, pois é resultado de uma mistura de raças, e também branca e negra.

Não, essa não é uma seção de paqueras em uma sala de bate-papo - até porque esses canais já estão superados em pleno 2015 -, esse é o perfil de Lindinha, uma cadela que aguarda um dono em um abrigo em Ribeirão Preto. Ela foi um dos animais retratados pelo projeto Animalia, que realiza ensaios fotográficos com cães e gatos para que possam encontrar um lar.

A história de Lindinha não é única, Café, outro vira-lata, só que fortão, sapeca, cheio de energia, mas que não aceita outros cães, encontrou uma casa depois de três anos no abrigo, justamente depois de começar a ser retratado, assim como o Costa, o Erasmo, a Jully, o Lino, a Nayr, o Oliver, Terezão, a Ana, o WC, o Lafaite, o Camafeu e o casal Brad e Angelina esperam.

A fotógrafa Mariana Simon, idealizadora do projeto, conta que é impossível não se apegar a esses bichos, além de se emocionar. “Ver a melhora de animais resgatados em situação crítica também é sempre agradável. Acabamos com um envolvimento tão grande que já participamos de situações como a sociabilização. Há animais que ficam assustados demais depois do abandono e da vida em canis/gatis coletivos”, afirma.

Os cachorros, e também os gatos, recebem acompanhamento veterinário, para conseguir superar doenças ou com sequelas, fraturados e restrição de movimentos.

A ação começou em 2010, e Mariana afirma que a intenção é fazer a diferença, propondo um impacto positivo na situação destes animais “pelas boas lembranças proporcionadas e até mesmo pelo respeito às pessoas e animais”.

“Às vezes um dos fotografados que aguarda por um lar tem uma família antiga, e pela extensa divulgação da imagem acabam a reencontrando. É sempre feliz demais, inclusive porque muitos dos casos são de animais perdidos há muito tempo”, diz a fotógrafa.

Ela teve ideia de retratar esses bichos na realização da monografia da faculdade, em que foi detectada uma grande quantidade de animais abandonados e carentes na cidade.

“Resolvemos tentar ajudar mais, transpondo o poder da comunicação e fotografia a qualquer eventual preconceito com os animais sem raça definida e carentes”, diz. Mariana também conta que encontrou alguns problemas para a realização do projeto, como uma conexão de informações entre quem procura um animal, mas não sabia que havia possibilidade de adotar, por exemplo.

Para escolher um novo modelo, a fotógrafa diz que seleciona os entrevistados a cada seis meses, depois de receber um cadastro, feito por meio do Facebook. Ela explica que as vagas são limitadas porque os ensaios doados para estes animais são gerados através da destinação de parte da verba de outros ensaios com que trabalha no estúdio.

Contato:

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Revide On-line

Leonardo Santos
Fotos: Arquivo Revide

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