Ipea aponta alta taxa de homicídios em Ribeirão Preto
Ipea aponta alta taxa de homicídios em Ribeirão Preto

Ipea aponta alta taxa de homicídios em Ribeirão Preto

Instituto divulgou nesta segunda-feira, 5, o Atlas da Violência e aponta que principais vítimas são os jovens e negros

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, nesta segunda-feira, 5, o Atlas da Violência que analisa o período entre 2005 e 2015, e Ribeirão Preto apareceu na 59ª posição entre os municípios do país com menores taxa de assassinato, porém ela ainda alta. No Brasil, os homens, jovens, negros e com baixa escolaridade, são as principais vítimas.

Entre os municípios com mais de 100 mil habitantes, Ribeirão Preto apresentou índice de homicídios de 11,9, com uma taxa de Mortes Violentas com Causa Indeterminada (MVCI) de 3,6. A soma das duas taxas, que é levada em consideração pelo levantamento, porque pode ocultar assassinatos, é de 15,5.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), taxas superiores a 10 assassinatos para cada 100 mil habitantes são consideradas um número epidêmico.

Para efeito de comparação, municípios de mesmo porte de Ribeirão Preto apresentam índices ainda piores, como São José dos Campos, com taxa de 21,6, e Santo André, cuja taxa de mortes violentas é de 21,5.

Na região de Ribeirão Preto, aparece Sertãozinho, na 56ª colocação entre os menos violentos, com taxa de 15, Barretos, em 48º, com taxa de 14,3, e Franca, na 43ª colocação, com taxa de mortes violentas de 13,4.

O estudo apontou que tem aumentado a violência contra jovens e negros no Brasil. Entre 2005 e 2015, aproximadamente 318 mil jovens foram assassinados. Analisando o ano de 2015, a participação do homicídio como causa de mortalidade da juventude masculina, entre 15 a 29 anos de idade, correspondeu a 47,8% do total de óbitos, e 53,8% se considerarmos apenas os homens entre 15 a 19 anos.

A pesquisa ainda aponta que em apenas três semanas são assassinadas no Brasil mais pessoas do que o total de mortos em todos os ataques terroristas no mundo nos cinco primeiros meses de 2017, que envolveram 498 atentados, resultando em 3.314 vítimas fatais. Os responsáveis pelo estudo apontam que o cenário identificado representa a continuidade da crise na segurança pública, que vem se agravando nos últimos anos.

“Representa a contraface da incapacidade e do descompromisso do Estado brasileiro para planejar, propor e executar políticas penais no campo da segurança pública minimamente racionais, efetivas e que garantam os direitos de cidadania e que, em última instância, reflitam a leniência e a condescendência da sociedade brasileira com a criminalidade violenta letal”, apontam os responsáveis pelo levantamento, que contou com a participação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Foto: Pixabay

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