Jovens da Fundação Casa recebem nova chance no mercado profissional
Objetivo do programa é a inclusão social e econômica dos jovens por meio de apoio e integração ao mundo de trabalho

Jovens da Fundação Casa recebem nova chance no mercado profissional

Projeto em parceria com o CIEE promove a inclusão dos adolescentes em vagas de emprego

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) - instituição sem fins lucrativos que presta assistência social aos jovens estudantes -, em parceria com a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), oferece cursos de qualificação profissional aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em liberdade assistida. O objetivo do programa é a inclusão social e econômica dos jovens por meio de apoio e integração ao mundo de trabalho.

O projeto, chamado de "Apoio e Integração ao Mundo do Trabalho", tem como objetivo, por meio de oficinas na sede do CIEE, desenvolver as habilidades dos jovens e encaminhá-los a vagas de empregos, com a intenção de reduzir a violência juvenil, principalmente a reincidência. De acordo com a assistente social Rosiane Demarquis, os jovens procuram a capacitação, mas o que falta é oportunidade. "Os jovens estão buscando transformar a vida deles", ela diz.

O curso consiste em sete oficinas, que duram cerca de duas horas cada uma ao longo de sete semanas. Os workshops vão de planejamento pessoal até conduta ética. As aulas são ministradas pela própria assistente social, Rosiane, e também por uma psicóloga. Os alunos interagem com muita timidez. Afinal, a maioria passou muito pouco tempo em salas de aulas por motivos diversos.

Rosiane diz que o programa surgiu quando uma assistente social da Fundação, no ano passado, procurou o CIEE para desenvolver atividades com os jovens em medidas socioeducativas de privação de liberdade. Depois disso, eles resolveram ampliar o programa para os adolescentes em semiliberdade. O projeto está em sua segunda turma, com seis alunos. Na primeira turma, foram 10 alunos e, segundo Rosiane, seis saíram de lá empregados em empresas públicas. O projeto é uma iniciativa do CIEE e Fundação Casa de Semiliberdade de Ribeirão Preto e a pretensão é que o projeto se estenda por todo território nacional.

Segundo a diretora da unidade de semiliberdade de Ribeirão Preto, Faihra Beirigo Shimamura, a iniciativa privada tem uma dificuldade maior em aceitar e abrir as portas para os jovens. "Acho que é mais pelo estigma e preconceito", ela diz. Fahira ainda ressalta a importância que a parceria entre o CIEE e a Fundação Casa tem na ressocialização dos jovens. "Ela [a parceria] traz um resultado social muito positivo. Cada jovem que sai da Fundação Casa trabalhando e estudando é um jovem a menos cometendo ato infracional", conclui.

Um dos adolescentes que agarrou a oportunidade do programa é Bruno (nome fictício), de 16 anos, que cumpre medida socioeducativa na Casa de Semiliberdade por infração leve. De acordo com Faihra, grande parte dos adolescentes cumprindo medidas socioeducativas em regime de internação cometeram atos infracionais parecidos com o de Bruno e poderiam estar em regime de semiliberdade fazendo parte do projeto. "Quero ter um futuro melhor, viver uma vida melhor", comenta Bruno.

Hoje, todos que participam do projeto anseiam por terminar os estudos, alguns sonham até mais alto, pretendendo ingressar em uma faculdade.

As empresas que têm interesse em participar do programa podem entrar em contato com o CIEE pelo telefone 3913-1007


Foto: Gustavo Ribeiro

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