Justiça suspende projeto que atendia moradores de rua na região de Ribeirão
Em Sertãozinho, projeto abrigava moradores em chácara; Justiça considerou que local não tinha condições de receber as pessoas

Justiça suspende projeto que atendia moradores de rua na região de Ribeirão

De acordo com idealizador de projeto, em Sertãozinho, internos não têm para onde ir

Um grupo de 30 pessoas que viviam em um abrigo para acolhimento de moradores de rua, em Sertãozinho, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, teve de deixar o local por determinação da Justiça, na última segunda-feira, 3. De acordo com a decisão Judicial, a chácara que abrigava um projeto para atendimento dessas pessoas não tinha o alvará de funcionamento, e, por isso, não poderia atender o público.

O projeto “Segunda Chance”, que funcionava há cerca de dois anos, recebia pessoas que moravam em situação de rua em Sertãozinho, oferecendo estadia e alimentação. De acordo com o idealizador do projeto, Carlos Coelho, o intuito era de promover a reinserção dessas pessoas à sociedade e suas famílias.

Segundo Coelho, o projeto não cobrava pelo atendimento dos internos, e vivia de doações de colaboradores. Desde segunda-feira, essas pessoas estão acolhidas em um hotel, no Centro de Sertãozinho. Coelho reclama da ação, já que ele afirma que o fechamento do projeto obriga que esses moradores voltem  às ruas, prejudicando o processo de recuperação.

“Está todo mundo do lado de fora. Está todo mundo do lado de fora, não tem para onde ir. Estamos correndo atrás. Não sabemos o que vamos fazer. O que eu faço? Eu não sei o que eu faço. Eu não sou autoridade. Eu não posso alugar uma casa e por eles ali dentro”, lamenta Coelho.

A chácara em que funcionava o projeto foi lacrada após decisão da juíza Daniele Regina de Souza Duarte, da 1ª Vara Cível de Sertãozinho. Ela acatou um pedido do Ministério Público de São Paulo, que apontou que, em inspeção da Secretaria da Saúde de Sertãozinho, no local, foi constatada a ausência de estrutura física necessária para realização do atendimento, além de relatar a falta de profissionais para atendimento dos internos, como médicos e psicólogos.

A Prefeitura de Sertãozinho informa que tem realizado o acolhimento dos internos, além de oferecer atendimento especializado por meio do Centro de Atenção Psicossocial. A administração diz, ainda, que ofereceu 70 vagas para acolhimentos dessas pessoas no albergue noturno e em hotéis de Sertãozinho, afirmando que todos poderão usufruir de serviços oferecidos pelo Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua.


Foto: Arquivo Pessoal

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