Líder de grupo de extermínio é condenado a 72 anos de prisão em Ribeirão Preto
Líder de grupo de extermínio é condenado a 72 anos de prisão em Ribeirão Preto

Líder de grupo de extermínio é condenado a 72 anos de prisão em Ribeirão Preto

Ex-policial civil Ricardo José Guimarães recebeu sentença por assassinatos em Ribeirão Preto há 21 anos

O ex-investigador da Polícia Civil Ricardo José Guimarães foi condenado a 72 anos de prisão por participação nos assassinatos de Enoch de Oliveira Moura, de 18 anos, o Noquinha e Anderson Luís de Souza, de 15 anos, mortos a tiros na noite de 23 de maio de 1996.

Depois de 21 anos, o suspeito de envolvimento em assassinatos em Ribeirão Preto foi julgado no Tribunal de Justiça do Fórum da cidade. Além dos jovens, Guimarães é suspeito de ter cometido pelo menos 12 homicídios e de ser líder de um grupo de extermínio. O ex-agente está preso desde 2004. Além dos citados, os investigadores Pedro Moretti Junior e Fernando Carrion Serrano também participaram da ação.

Questionados pela imprensa, os policiais afirmaram que os adolescentes, apesar da pouca idade, já seriam réus confessos de homicídio e morreram em troca de tiros, numa ação de resistência seguida de morte.

No primeiro dia de julgamento, a juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra dos Santos ouviu quatro testemunhas de acusação, entre elas o delegado que registrou a ocorrência, Marcelo Velludo Garcia de Lima, um fotógrafo do Instituto de Criminalística e dois peritos - sendo um destes Fernando César Afeto Neves, que estava de plantão no Instituto de Criminalística na noite de 23 de maio de 1996.

No segundo dia de julgamento, duas testemunhas de defesa foram ouvidas pelo júri. Entre elas, o réu Guimarães e um policial militar que participou da ocorrência em 1996.

Em suas falas no tribunal, Guimarães manteve a versão de que houve um confronto entre os policiais destacados para atender uma ocorrência e os jovens, que eram suspeitos de ameaçar de morte um homem no bar.

Sentença

A sentença foi anunciada por volta das 21h de terça-feira, 11, pela juíza responsável pelo caso. A justiça de Ribeirão Preto condenou o réu em regime fechado por homicídio duplamente qualificado e com agravantes por meios que dificultaram a defesa das vítimas.

Guimarães voltará ao tribunal no dia 18 de julho, quando será julgado pela morte de Thiago Xavier de Stefani, de 21 anos, com dois tiros na cabeça, no Jardim Independência, em Ribeirão, em 2003. Além disso, um terceiro tribunal do júri está marcado para o dia 17 de agosto, quando Guimarães será julgado pela morte de dois policiais gaúchos na cidade de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Ele está preso desde o ano de 2007 no presídio de Tremembé, no Estado de São Paulo.

Além do ex-policial civil, o ex-investigador Fernando Carrion Serrano, o delegado Sérgio Salvador Siqueira e o também investigador Pedro Moretti Júnior também vão a júri popular pela morte de Enoch e Anderson. A data do julgamento ainda não foi definida pela Justiça. 


Foto: Divulgação

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