Local da morte de estudante era “propício para choque elétrico”, diz vereador
Isaac Antunes (PR) recebeu laudo da polícia em CPI que investiga morte de Lucas Souza dentro de uma escola municipal de Ribeirão, em novembro do ano passado
Um laudo da Polícia Técnica apresentado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a morte do estudante Lucas da Costa Souza, na Escola Municipal Eduardo Romualdo de Souza, constatou que o local do acidente era “propício para choques elétricos", segundo o Isaac Antunes (PR), presidente da CPI.
O estudante de 13 anos morreu ao tentar escalar uma grade no pátio da escola, que fica na Zona Oeste de Ribeirão, na tarde do dia 30 de novembro de 2018. A suspeita da perícia é de que o adolescente tenha sofrido uma descarga elétrica.
Isaac Antunes explica que o documento não diz se a causa da morte foi o choque elétrico, mas avalia que a quantidade de fios desencapados, alguns próximos da calha do telhado, tornava o local propício para que isso ocorresse.
“Quem vai cravar a causa da morte é o laudo do IML [Instituto Médico Legal]. Inclusive, hoje [segunda-feira, 7], protocolamos um pedido solicitando a liberação deste documento. Devemos ter ele em mãos até o início de fevereiro”, comenta o vereador.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Educação informou que desconhece o laudo da Polícia Técnica. “A Secretaria aguarda o resultado, que será anexado ao inquérito e divulgado pelo órgão competente” informou.
Mais denúncias
A CPI, formada também pelos vereadores Gláucia Berenice (PSDB), João Batista (PP), Orlando Pesoti (PDT) e Maurício Vila Abranches (PTB), investigará ainda a denúncia de que o local do incidente tenha sido alterado antes da visita da Comissão.
“Nós recebemos a denúncia de uma pessoa que se identificou e se prontificou a ser ouvida na CPI. Ela afirma que houve alguns reparos antes da visita”, declara Antunes. A primeira sessão da CPI deve ser realizada no dia 21 de janeiro, durante o recesso parlamentar.
O caso
Segundo registros policiais, Lucas e outros alunos se preparavam para ir embora, quando, segundo imagens da câmeras de segurança, o menino escalou a grade. Logo em seguida, o estudante foi encontrado caído, já sem sinais de vida.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e o procedimento de reanimação cardiopulmonar foi realizado por, aproximadamente, 50 minutos, mas sem sucesso.
Os peritos solicitaram a vistoria de um eletricista. Ele apurou que na parte superior da laje, próximo à grade, foram encontrados fios desencapados de 220 volts.
Na época, a Prefeitura de Ribeirão Preto, por meio da Secretaria Municipal da Educação, alegou que, imediatamente, acionou o Samu após o aluno ter caído ao subir em um portão de dois metros de altura. E que, quando a equipe de resgate chegou à escola, encontrou a vítima em parada cardíaca.
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Foto: Reprodução - Google Maps
