Mais um é preso em desdobramento da Operação Têmis, em Ribeirão Preto
Ângelo é o oitavo preso preventivamente e também é acusado de ameaçar testemunhas da investigação

Mais um é preso em desdobramento da Operação Têmis, em Ribeirão Preto

Clóvis Ângelo, conhecido como "Capitão", era responsável por captar clientes aos advogados em troca de comissão

O Ministério Público (MP), com apoio da Polícia Civil, realizou a prisão de Clóvis Ângelo, conhecido como "Capitão", em mais um desdobramento da Operação Têmis na manhã desta terça-feira, 6, em Ribeirão Preto. Segundo o promotor de Justiça responsável pelas investigações, Aroldo Costa Filho, Ângelo era responsável por captar clientes através da associação "Pode Mais, Limpe Seu Nome" e repassar aos advogados em troca de comissão. Ângelo é o oitavo investigado preso e foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto, onde ficará até o término das investigações.

Segundo o promotor, Ângelo abordava pessoas no Centro de Ribeirão Preto e em outras cidades da região com a promessa de que iria limpar o nome dos clientes e fazia com que essas pessoas assinassem atestados de pobreza e procurações, que depois eram repassados ao escritório dos advogados que estão presos preventivamente. Cerca de 300 pessoas foram captadas por Ângelo.

O investigação chegou até Ângelo após testemunhas que foram escutadas pelo MP o indicarem como um dos captadores. Na casa de Capitão, a Polícia apreendeu planilhas que apresentavam vínculos com advogados desde 2011 e material de manutenção em máquinas de caça-níqueis. Além disso, segundo o promotor, após a deflagração da operação, testemunhas disseram estavam sendo ameaçadas por Ângelo para mudar o depoimento.

Ângelo foi candidato a vereador de Ribeirão nas eleições de 2016 pela coligação Rede/PPL, inclusive com uma doação para a campanha feita pelo também investigado na operação Klaus Philipp Lodoli, e é dono de um bar no bairro Simioni, Zona Norte. Ganhou o apelido de Capitão, pois fazia retirada de areia de rios.

Operação Têmis

A Operação Têmis (Deusa da Justiça) investiga uma organização, composta inclusive por advogados, que fraudaria processos judiciais. O prejuízo estimado seria de R$ 100 milhões.


Foto: Gustavo Ribeiro

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