Mapa do Crack coloca Ribeirão Preto em alerta ‘vermelho’
Mapa do Crack coloca Ribeirão Preto em alerta ‘vermelho’

Mapa do Crack coloca Ribeirão Preto em alerta ‘vermelho’

Levantamento da Confederação Nacional dos Municípios mostra cidade com alto índice de problemas relacionados ao crack

O “Mapa do Crack” da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) coloca Ribeirão Preto em alerta vermelho, o mais alto da escala, entre os municípios que enfrentam problemas relacionados ao crack. O dado aponta para procura de alternativas de políticas públicas de combate à droga.

De acordo com a pesquisa publicada pela CNM, 98% das cidades brasileiras estão enfrentando problemas com a circulação ou consumo de crack e outras drogas, e até o momento poucos municípios receberam apoio dos governos estadual e federal. De acordo com a entidade, o Plano Emergencial de Enfrentamento ao Crack, lançado pelo então presidente Lula, em maio de 2010, não chegou aos municípios. Dos R$ 410 milhões previstos para ações no ano passado, foram executados pouco mais de R$ 80 milhões.

Na avaliação da CNM, as políticas públicas sobre drogas necessitam buscar por alternativas que possam promover a interação no atendimento aos dependentes químicos, englobando a redução de danos, o tratamento aos dependentes e sua reinserção social.

Mas o alerta para o consumo da droga no município também está aceso para quem cuida da saúde. Na última sexta-feira, 26, o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, disse que a pasta tem dedicado atenção especial para as doenças psicológicas, em especial aos usuários de drogas.

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Em audiência pública de prestação de constas, Scarpelini foi perguntado sobre o que a secretaria tem feito para dar assistência aos usuários de drogas, como o crack, principalmente àqueles que ficam em endereços no Centro de Ribeirão Preto. Ele disse que a secretaria está atenta, porém afirmou que é um assunto que tem que ser discutido com mais atenção.

“Desde o começo do nosso trabalho, a equipe de saúde mental tem se reunido para discutir todos os aspectos. Foi criado um comitê gestor, porque acreditamos que uma pessoa não é suficiente para coordenar, para poder discutir todos os aspectos. Esse é um dos maiores problemas de Ribeirão Preto, e é um bom assunto para ser levado ao conselho municipal de saúde”, afirmou o secretário.

Mini-cracolândias

O Coordenador do Grupo de Pesquisa do Observatório de Violência e Práticas Exemplares, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, Sérgio Kodato, afirma que para o combate ao consumo de crack é preciso infraestrutura para atender os dependentes químicos, e políticas públicas para a prevenção.

Ele defende articulações entre as forças de segurança, em especial a Guarda Civil Municipal (CGM) e as secretarias da Saúde e Assistência Social, para criação de uma rede de atendimento prioritário aos usuários e de uma rede de desintoxicação, além da colaboração da área da educação, para atuar na prevenção.

“Tem de ser uma ação conjunta, articulada entre as forças públicas, além de uma forte colaboração dos pais, em especial na periferia, para que não surjam novos usuários, porque hoje não temos capacidade para atender”, afirma Kodato, que diz aponta que Ribeirão Preto tem várias “mini-cracolândias” espalhadas pela cidade.


Foto: Pixabay

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