Marcelo Cury diz que "estava cego" no momento dos disparos
Marcelo Cury diz que "estava cego" no momento dos disparos

Marcelo Cury diz que "estava cego" no momento dos disparos

Caso está em julgamento no Fórum de Ribeirão Preto desde as 10h30 desta quinta-feira, 25

O acusado de duplo homicídio Marcelo Cury diz que "estava cego" no momento dos disparos, no dia 5 de abril, de 1997. O caso do usineiro está em julgamento no Fórum de Ribeirão Preto, desde às 10h30.

Marcelo Cury, emocionado, conta que ficou fora de si. “Apanhava tanto que não me controlei. Foi um momento em que não me lembro de nada”, afirma.

A testemunha de defesa, Laurita Cervi Vicente, em depoimento, fala que estava em uma mesa da choperia, na calçada. “Até que fui conversar com o Marcelo que estava no carro. Queria saber se iríamos em algum lugar depois da choperia. Foi nesse instante que chegaram os rapazes e começaram a bater no Marcelo. Eu corri até o bar atrás de ajuda e de repente as coisas aconteceram”.

O caso aconteceu no dia 5 de abril de 1997. Na ocasião, o empresário se envolveu em uma briga numa choperia na Avenida Presidente Vargas. A defesa do empresário alega que a reação de Cury foi após ser agredido dentro do carro que estava estacionado na porta do estabelecimento.

Sergio Nadruz Coelho testemunha de acusação, um dos baleados naquela noite, foi o primeiro a depor. Após prestar os esclarecimentos à Justiça, Coelho afirmou que estava em uma festa, quando começou toda a confusão e Marcelo teria começado a atirar.

"Fui para o hospital, fiquei 39 dias me recuperando. Tenho um pulso que não mexe mais. Para dirigir sou limitado, perdi o baço, tenho que tomar duas injeções no ano para não ter infecção, e ainda tenho uma bala alojada no braço", conta Coelho.

Já Luiz Manoel Marzola, segunda testemunha de acusação a prestar o depoimento, fala que viu o carro de Marcos subindo a Avenida Presidente Vargas, rumo à Zona Sul. “Eles fizeram uma curva rápida e foram em direção ao carro que estava do estacionado e aí um deles começou a deferir golpes no motorista do carro, o Cury. Foi tudo muito rápido e logo em seguida ouvi os primeiros tiros. O Marcelo atirou, entrou no carro e foi rumo a Bonfim”.

A última testemunha de acusação que depôs, nesta manhã, foi João Carlos Morais. “Eu lembro que estávamos parados em uma concessionária em frente à choperia e daí passou um carro correndo, parou do nosso lado e falou: “Fica olhando como que bate em boyzynho”. Eles chegaram chutando e deram golpes pelo ar . O Marcelo, pressionado por um homem obeso, conseguiu descer do carro, apoiou no veículo e começou a atirar. Eu carreguei os corpos dentro da minha caminhonete para o hospital das clínicas, mas eles não sobreviveram”.

Na noite, foram 11 tiros, um em um carro que estava lá perto, três no Sérgio, seis no Marcos e dois no João. Das vítimas apenas o primeiro sobreviveu.

A juíza presidente do caso é Marta Rodrigues Maffeis Moreira e o promotor de Justiça Eliseu José Berargo Gonçalves.

O julgamento segue e deve se estender até o término desta quinta-feira, 25.


Foto: Arquivo Revide

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