Marcelo Cury é condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por homicídio

Marcelo Cury é condenado a 9 anos e 4 meses de prisão por homicídio

Júri considerou que ele teve intenção de matar João Falco; empresário pode recorrer da sentença em liberdade

O empresário Marcelo Cury foi condenado a 9 anos e 4 meses de detenção em júri realizado na nesta quinta-feira, 25, em Ribeirão Preto. Os jurados consideraram que o empresário cometeu homicídio qualificado na morte de João Falco Neto. O crime aconteceu no dia 5 de abril de 1997 em frente a uma choperia na zona Sul da cidade.

Porém, o júri considerou legítima defesa nos disparos que mataram Marco Antônio de Paula, e qualificou como atentado os disparos a Sérgio coelho. Entretanto, esses dois crimes já prescreveram, de acordo com a juíza Marta Rodrigues Maffeis.

O promotor do Ministério Público Eliseu Berardo contou que ficou satisfeito com o resultado do julgamento com relação a morte de Falco, mas aos outros dois envolvidos, ele disse que ainda irá reavaliar. As famílias das vítimas preferiam não falar com a imprensa, por considerar ser um momento delicado, mas se mostraram satisfeitas com o resultados do júri.

A defesa de Marcelo Cury disse que haverá recurso, no qual Marcelo pode esperar por ela em liberdade. “Acreditamos que essa pena pode ser reduzida. A decisão dos jurados é muito complexa e precisa ser estudada”, afirmou o advogado Fábio Tofic.

Ao longo do júri as discussões foram bem acirradas. Tanto, que em alguns momentos, o advogado de defesa Fábio Tofic se mostrou indignado com algumas afirmações de Berardo e saiu do plenário esbravejando.

"Que isso? Baixaria",  disse após as alegações do promotor Eliseu Berardo de que o laudo apontado pelo perito Ricardo Molina não eram válidos, em razão dele ter sido contratado pela defesa de Marcelo Cury.

O promotor, que pediu 30 anos de prisão, apontou que "não há base legal para absolvição", além de apontar que a defesa foi ao tribunal "respirando o ar da vitória".

A defesa defendeu a tese de que a reação de Marcelo Cury foi em legítima defesa, e que era a única alternativa para ele resguardar a vida, já que ele foi agredido com socos por João Falco, Marco Antônio e Sérgio Coelho.

"É um caso clássico universal da jurisprudência de legítima defesa", afirmou Tofic, que em sua explanação, além de ter apresentado o laudo proposto por Molina, também mostrou um vídeo de Sérgio assumindo que na época era usuário de drogas, o que o advogado utilizou para apontar que ele poderia ter mentido em seus depoimentos e também ter reagido aos tiros de Cury durante a discussão.

"Infelizmente esses rapazes se colocaram em condição de risco, mas Marcelo tinha obrigação de se defender", concluiu o advogado.


Foto: Leonardo Santos

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