Marcha da Maconha quer fomentar debate sobre a descriminalização

Marcha da Maconha quer fomentar debate sobre a descriminalização

Durante passeata realizada no sábado (30), manifestantes pediram pelo fim da proibição do uso da erva tanto para uso medicinal quanto para uso recreativo

Na tarde de sábado, dia 30 de maio, manifestantes do coletivo Marcha da Maconha, que pedem a descriminalização do consumo da erva, tanto para uso recreativo como para estudos e uso medicinal, reuniram-se na esplanada do Theatro Pedro II. A Polícia Militar acompanhou o ato, mas não interferiu em sua realização.

Segundo os organizadores, o evento reuniu cerca de 300 pessoas que seguiram em passeata pelas ruas do centro da cidade, carregando cartazes que pediam pelo fim das leis proibicionistas e da violência gerada pelo tráfico e a guerra às drogas.

“Vale ressaltar que não é um movimento de maconheiros, de pessoas que querem fumar maconha deliberadamente. Existem mães de crianças epilépticas aqui, existem pessoas que trabalham com o estudo do canabidiol – substância extraída da Cannabis – e gostariam da legalização deste produto para avançarem nas pesquisas”, ressalta a bailarina e professora Isabella Pessotti.

A manifestação, assim como o tema, divide opiniões. Para Elvira Gonçalves, que passava pelo local no momento da passeata, o debate acerca da liberação da maconha para uso medicinal deve ser realizado. No entanto, ela não é favorável à liberação da substância para uso recreativo. “Creio que trará mais malefícios que benefícios”, argumenta.

Políticas públicas

O sociólogo e bancário Estevan Campos, candidato a deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) na última eleição, acredita que o tema, como política pública, deve ser revisto. “Vivemos um momento muito rico de manifestações e acho que o debate é um passo muito importante para acabar com esta guerra que tem punido pobres e encarcerado a juventude da periferia”, pontua.

Organizadores da Marcha da Maconha em Ribeirão Preto informam que outra passeata será realizada neste ano e que o intuito é levar o debate para o maior número de pessoas quanto possível, inclusive em escolas.

“Diversos estudos apontam que esta guerra às drogas não deu certo, não conseguiu reduzir o tráfico. Defendemos a legalização por achar que é importante uma nova política que vise muito mais a questão da Saúde e da Educação no tratamento do uso abusivo de drogas”, conclui Estevan Campos.

Revide on-line
Bruno Silva
Foto: Matheus Vieira | Burn

Compartilhar: