Moradores criam grupo de vigilância na região do Parque Roberto Genaro
O local é usado como ponto de encontro para pessoas em situação de rua e dependentes químicos

Moradores criam grupo de vigilância na região do Parque Roberto Genaro

Interditada há cinco anos, área traz risco para a segurança no bairro; prefeitura diz que é preciso investir R$ 240 mil em reforma

Interditado há quase cinco anos, o Parque Roberto de Mello Genaro, localizado entre a Avenida Caramuru e a Avenida Santa Luzia, na região do Boulevard, em Ribeirão Preto, tem causado transtorno para comerciantes e moradores da região. Área é alvo de furtos e a insegurança fez os moradores se unirem para criar um grupo de vigilância. 

A empresária Vamila Fuzeto Minkiewicz, de 35 anos, possui um restaurante em frente ao parque e diz que já foi vítima de furtos e de outros problemas. “Tenho uma empresa em frente ao parque e vejo que ele está abandonado. Muitas pessoas estão utilizando o local para viver, além de estar cada dia mais destruído. Temos sido vítimas de muitos furtos de fios. Eles pegam a fiação, tiram o cobre de dentro do parque e depois vendem”, fala Vamila.

A empresária diz que está no local há seis meses, mas vive no bairro há dois anos. “Em ambos os lugares que trabalhei na região eu fui furtada. O parque tem cheiro de fezes e urina. É insuportável”, conta.

Por conta dos problemas, a população se mobilizou. Eles criaram um grupo onde cerca de 150 pessoas conversam e trocam informações sobre o que ocorre na região do parque.
O parque tem causado preocupação aos moradores e comerciantes da região sul de Ribeirão Preto
Silmar Marcelo Mica Junior, empresário de 33 anos, é um dos líderes da ferramenta, que segue o esquema já utilizado em outros locais de Ribeirão Preto, como na City Ribeirão. Para ele, o parque se tornou um abrigo onde há queima de fios, comércio e o uso de drogas.

“Lá é um problema de segurança e uma questão de saúde pública. É escuro, abandonado e de difícil acesso. Hoje já estamos organizados no grupo. Montamos um comitê de segurança para discutirmos tudo. Algumas das medidas que elaboramos foi a vigilância solidária. Temos adesivos espalhados pelos locais que participam da ação. Todos ajudam a cuidar do bairro”, conta o empresário.

Os envolvidos pensam em criar uma associação, mas por conta de algumas obrigações legais, o projeto ainda é pensado. “No momento, é algo de estudo para que no futuro seja oficializado. Foi criado também grupos das ruas do bairro. Estamos com um projeto na Rua João Penteado, por exemplo, que é a instalação de 10 câmeras de monitoramento para as vias. Vai haver um mecanismo por quarteirão. Desde o início dela até a Avenida Independência”, diz Junior.

Entre as medidas sugeridas, a população acredita que há várias possibilidades para a solução dos problemas do local, como a negociação com alguma empresa privada, a venda, ou uma maior fiscalização da prefeitura.

Outro lado

Em contato com a Secretaria Municipal de Obras Públicas, o órgão esclarece que realizou intervenções na contenção da encosta para evitar possíveis desmoronamentos no parque, além de arrimo e laje em concreto armado para conter erosões junto à Avenida Santa Luzia.

De acordo com o órgão municipal, mesmo estando fechado, a Coordenadoria de Limpeza Urbana (CLU) realiza a limpeza do local. A última grande intervenção ocorreu em novembro do ano passado, com a limpeza e corte de gramado, rastelamento das gramas, raspagem e limpeza dos passeios, limpeza da cerca ao redor do lago, poda de árvores e coleta de galhos e troncos.

Já sobre a segurança, a administração informa que a Guarda Civil Municipal (GCM) realiza patrulhamento e ronda no local. Caso a população se depare com alguma atitude suspeita, a recomendação é entrar em contato com a GCM pelo número 153.

Para a reforma do parque, segundo a pasta, será necessário um investimento de R$ 240 mil, que deverá ser confirmado quando houver a liberação orçamentária. Ainda não há previsão para a reabertura do local.
 


Fotos: Pedro Gomes e Amanda Bueno

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