Morre especialista em abelhas, que teve passagem por Ribeirão Preto
Durante a carreira, o também professor foi reconhecido e comandou estudos e institutos no Brasil

Morre especialista em abelhas, que teve passagem por Ribeirão Preto

Warwick Estevam Kerr morreu nesse sábado, 15; o velório ocorreu no Memorial Campos Elíseos

Um dos principais especialistas em abelhas da história do Brasil, Warwick Estevam Kerr, morreu em Ribeirão Preto nesse sábado, 15, aos 96 anos. O velório foi realizado no Memorial Campos Elísios (Rua Fernão Sales, 1287, em Ribeirão Preto). A cerimônia de cremação ocorreu por volta das 9h deste domingo, 16.

A Universidade de São Paulo (USP) lamentou a morte do professor aposentado da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Do final dos anos 50, ele teve passagens por Ribeirão Preto. Também chegou a ser preso duas vezes na Ditadura Militar, pois denunciava nas aulas as atrocidades da época.

Nota de pesar

Kerr formou-se em Engenharia Agronômica pela Esalq em 1945 e doutorou-se em Genética Animal em abril de 1948, defendendo tese com o título “Estudos sobre o gênero Melipona”. Defendeu tese para o concurso de Livre-Docente da Cadeira de Genética em junho de 1950, com o título “Estudos sobre a genética de populações dos himenópteros em geral e sobre os apídeos sociais em particular” e tornou-se professor titular em 1965.

Entomologista e geneticista reconhecido internacionalmente, é considerado uma das autoridades mundiais em genética de abelhas, a ponto de ser o primeiro cientista brasileiro eleito na Academia de Ciências dos Estados Unidos.

Foi professor visitante nas Universidades de Columbia e da Califórnia entre 1951 e 1952. Organizou o Departamento de Biologia Geral da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro, a partir de 1957, e o Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, a partir de 1964. Foi o primeiro diretor científico da Fapesp, cargo que ocupou no início da década de 1960.

Orientou mais de uma dezena de teses de doutoramento e ministrou diversos cursos no Brasil e no exterior. Foi contemplado, também, com várias bolsas de estudo, tanto para atividades no Brasil como em outros países. Participou de inúmeros congressos, reuniões científicas, conferências e palestras. Realizou diversas pesquisas e publicou muitos trabalhos científicos e de natureza didática, no Brasil e no exterior.

Foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência em 1969, foi também diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, presidente da Sociedade Brasileira de Genética e reitor da Universidade Estadual do Maranhão, de 1988 a 1989.

Em 2008, foi homenageado durante as comemorações dos 75 anos da USP, como um dos pioneiros da pós-graduação da Universidade.

 


Foto: Divulgação

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