MP quer que remédio para tratamento de crianças com leucemia seja recolhido pelo SUS
MP quer que remédio para tratamento de crianças com leucemia seja recolhido pelo SUS

MP quer que remédio para tratamento de crianças com leucemia seja recolhido pelo SUS

Ministério Público Federal em Ribeirão Preto alega que medicamento, adquirido sem licitação, não tem eficácia comprovada

O Ministério Público Federal em Ribeirão Preto entrou com ação para que o Ministério da Saúde recolha um medicamento no Sistema Único de Saúde (SUS) distribuído para o tratamento de leucemia linfoide aguda (LLA). O MPF alega que não existe comprovação de eficácia científica e de segurança sanitária do remédio.

A ação foi realizada pela procuradora da República Daniela Gozzo de Oliveira, que considera que o medicamento LeugiNase, de origem chinesa, pode prejudicar o tratamento de crianças, principais vítimas do câncer, pois não existe comprovação da eficácia do medicamento.

O MPF levou em consideração testes realizados pelo Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e pelo laboratório norte-americano MSBioworks, que constataram que o remédio contém grau elevado de impurezas, apresentando 41 proteínas contaminantes contra seis de seu concorrente de mercado.

A medicação foi adquirida sem licitação e foi comprada pelo Ministério da Saúde em substituição ao medicamento japonês/alemão Aginasa, que já era utilizado pelo SUS desde 2013. Ambos os medicamentos são utilizados para o tratamento da LLA, um dos tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes, com cerca de 4 mil novos casos por ano no Brasil.

O remédio foi adquirido sem licitação, o que também fez a compra se tornar alvo das investigações da Polícia Federal. O Ministério da Saúde adquiriu 30.660 doses do medicamento.

A ação, que pede multa de R$ 50 mil ao dia de descumprimento, está para ser julgada na 4ª Vara Federal de Ribeirão Preto. De acordo com o Ministério da Saúde, o remédio chinês possui registro sanitário em outros países, como Honduras, Peru, Índia, Uruguai e na própria China.


Foto: Arquivo Revide

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