MPF de Ribeirão aponta negligências no teste do pezinho

MPF de Ribeirão aponta negligências no teste do pezinho

Procurador do município pede que teste do pezinho tenha diagnóstico de deficiência que causa infecções em recém-nascidos

O procurador Carlos Roberto Diogo Garcia, do Ministério Público Federal (MPF) em Ribeirão Preto, entrou com ação para que o “teste do pezinho” passe a identificar também as imunodeficiências combinadas severas (SCID), causadora de infecções em recém-nascidos.

A justificativa da procuradoria é que mesmo obrigatório, o teste é negligenciado por alguns médicos, o que dificultaria o diagnóstico das SCID, que de acordo com Consórcio Brasileiro de Centros de Referência e de Treinamento em Imunodeficiências Primárias (CoBID) já atingiu mais de 165 mil crianças, embora apenas três mil casos tenham sido confirmados.

Com a mudança, os recém-nascidos portadores de tais doenças receberiam o diagnóstico ainda no primeiro mês de vida, o que reduziria os riscos de mortalidade e de sequelas.

Quando não diagnosticada precocemente e tratada, o índice de letalidade é de mais de 90% antes de a criança completar um ano de nascimento. O aumento da mortalidade entre os portadores de SCID também está associado às infecções provocadas por vacinas com agentes vivos, como a BCG - contra tuberculose - e a varicela - contra catapora.

Por outro lado, quando a enfermidade é tratada antes de três meses e meio de vida, as chances de cura são quase absolutas. “A prévia identificação da doença, inclusive o diagnóstico precoce de recém-nascidos assintomáticos, resulte na redução da mortalidade”, aponta o procurador Carlos Roberto Diogo Garcia, autor da ação.

O MPF pede que o diagnóstico de SCID seja incluído no Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) no prazo de 30 dias. Em caso de descumprimento de decisão favorável da Justiça Federal, o MPF pede que os réus paguem multa diária de R$ 10 mil.
 

Foto: Divulgação/SES

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