Outro investigado da Operação Têmis assina acordo de delação premiada
Luiz Felipe Naves é um dos investigados na Operação Têmis, que apura fraudes em processos judiciais

Outro investigado da Operação Têmis assina acordo de delação premiada

Luiz Felipe Naves, ex-funcionário de escritório de advocacia, firmou acordo no dia 16 de fevereiro, e cita o vereador Isaac Antunes

Outro investigado pela Operação Têmis, do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da Polícia Civil, firmou um acordo de delação premiada. Desta vez, foi o caso de Luiz Felipe Naves, funcionário de um escritório de advocacia investigado por suspeita de realizar fraudes em processos judiciais. O acordo foi firmado no dia 16 de fevereiro.  Antes, no início do mês, outro investigado, Ruy Rodrigues Neto, já havia feito a delação.  Leia mais aqui.

Segundo Naves, o escritório de advocacia Lodoli, Caropreso, Bazo & Vidal Sociedade era frequentado por “muitas pessoas”, que em 2016, antes das eleições municipais, compareciam ao escritório “vestidas de camisetas azuis e com muitos panfletos de campanha política, além de muitos documentos preenchidos na rua”. Por conta disso, o investigado concluiu que estavam usando “o nome Muda Ribeirão para captação de clientes, na campanha do vereador Isaac Antunes”, sendo que viu várias fotos dele e da equipe usando a mesma camiseta.

O movimento Muda Ribeirão funcionava com um CNPJ pertencente à mãe de Naves, a pedido, de acordo com o delator, de um dos advogados do escritório de advocacia em que trabalhava como estagiário.

O vereador Isaac Antunes (PR) anunciou, no último dia 9 de fevereiro, que não se pronunciará mais sobre o caso. Ele nega que conheça ou tenha qualquer envolvimento com os investigados na operação, e diz que há um equívoco na associação do nome dele com o esquema, já que não está sendo investigado pelo MPSP.

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Além disso, Naves informou ao Ministério Público e à Polícia Civil que sua função era “recortar as pesquisas feitas nos sites do Serasa e SCPC, sendo que cada uma dessas negativações que constavam deveria ser colada em uma folha, para instruir, cada qual, uma ação judicial”.

As defesas dos investigados apontam as prisões como “excessivas”, pois não haveria crime em atos praticados pelo escritório. Além disso, a denúncia do MPSP já havia sido feita anteriormente e arquivada, já que teria sido constatado que as movimentações realizadas estavam de acordo com as atividades prestadas por cada profissional, o que é questionado pela promotoria.

O caso

De acordo com a promotoria, 53 mil ações foram movidas pelos escritórios investigados. Uma empresa de consultoria captava os clientes por meio da associação em bairros carentes e repassava para a advocacia entrar com os processos. O valor total da fraude pode chegar a R$ 100 milhões.


Foto: Gustavo Ribeiro

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