Pais da bebê que morreu por suspeitas de maus tratos prestam depoimento em RP
Os pais da bebê (ao centro) chegam à DDM com a advogada (à dir.) na manhã desta terça-feira, 18

Pais da bebê que morreu por suspeitas de maus tratos prestam depoimento em RP

Advogada diz que pai pode ter sido negligente, mas é cedo para acusá-lo de tortura contra a criança

Os pais da bebê de 25 dias que morreu por lesões supostamente causadas por maus tratos foram até a delegacia na manhã desta terça-feira, 18, para prestar depoimento em Ribeirão Preto. Anderson de Jesus da Silva, 30 anos, pai da criança, e a mãe, Karen Silene Ramos, 26 anos, chegam à Delegacia da Mulher acompanhados da advogada, que admite que o pai pode ter sido negligente, mas disse que é cedo para acusá-lo de tortura.  

A bebê Keren Yarin foi levada até a UBDS do Quintino II no último sábado, 15, com ferimentos na cabeça e no rosto. Por conta da gravidade das lesões, a bebê foi encaminhada à Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas (HC), onde morreu na tarde de domingo, 16. Segundo o Boletim de Ocorrência registrado, a causa da morte foi traumatismo craniano, edema cerebral e fraturas múltiplas.

Pais prestam depoimento na delegacia

De acordo com o boletim registrado no dia em que a criança deu entrada no hospital, a mãe contou que deixou a criança sob os cuidados do pai, na noite de sexta-feira, 14, e na manhã de sábado, viu que a criança estava ferida no rosto e com sangramento pelo nariz. O pai confirmou à Polícia Militar que estava com a criança, mas como havia consumido bebida alcoólica, não soube dizer se teria extrapolado nas brincadeiras de morder a filha, que sempre costumava fazer. Ainda segundo ele, após brincar com a bebê, ele acabou adormecendo com ela nos braços e a criança teria caído, batendo com a cabeça em uma mesa de mármore. Segundo ele, isso explicaria os diversos ferimentos. 

"Os exames estão sendo concluídos, temos de averiguar as origens da lesão. É prematuro acusar o pai de tortura, no momento, está acontecendo um processo de averiguação. Ele realmente foi negligente, pois cochilou com a criança no colo e ela caiu”, disse a advogada do casal Sandra Peporini. Ela confirma a versão dada pelo homem no primeiro depoimento. É a segunda vez que os pais prestam depoimento à polícia. No último sábado, 15, eles foram ouvidos e liberados. 


Imagem: Pedro Gomes

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