Pedágios da região de Ribeirão Preto registram média de 12 evasões por dia
Em seis meses, foram 2.220 ocorrências nas rodovias Anhanguera, Armando Salles de Oliveira e Atílio Balbo

Pedágios da região de Ribeirão Preto registram média de 12 evasões por dia

Praça que mais contabilizou autuações foi a de Santa Rita do Passa Quatro, com 1.285 "furos" nos primeiros seis meses do ano

As praças de pedágio da região de Ribeirão Preto registraram, no primeiro semestre deste ano, média de 12 evasões por dia. O pedágio que mais contabilizou autuações foi o de Santa Rita do Passa Quatro (Km 253 da Rodovia Anhanguera), com 1.285 ocorrências de janeiro a junho. Já no mesmo período do ano passado, o número de "furos" nos pedágios foi maior, totalizando 2.477 casos nos primeiros seis meses de 2017, com média de 13 casos por dia. As rodovias analisadas foram Anhanguera (SP-330), Armando Salles de Oliveira (SP-322) e Atílio Balbo (SP-322), cujos dados foram fornecidos pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER). 

A segurança viária está diretamente ligada à evasão de pedágio, já que a infração é comumente cometida por imprudência e desrespeito às normas de tráfego nas rodovias. A prática contribui para a ocorrência de acidentes, pois, normalmente, os motoristas infratores não mantêm distância segura do veículo que segue à frente, além de dirigirem acima do limite de velocidade estabelecido para as praças de pedágio. 

A forma mais comum de evasão é pela pista do "Sem Parar", o pagamento eletrônico. O veículo se aproxima em velocidade da praça, bem próximo à traseira do carro à sua frente. Quando a cancela abre, liberando a passagem para o veículo da frente, o que está atrás passa antes da cancela abaixar, sem pagar a taxa. 

O especialista em trânsito Luiz Gustavo Correa comenta os riscos que essas "seguidinhas" podem gerar para quem circula pelas vias. "É importante mencionar o risco de acidente, tanto para os usuários como para os trabalhadores da via. O mais importante a fazer para minimizar esses riscos é investir em educação no trânsito, informação e um sistema de redução de velocidade", comenta Correa.

Desde 2016, a Polícia Militar Rodoviária (PMR) e as concessionárias das rodovias estaduais paulistas intensificaram parcerias para reduzir o número de acidentes nas praças de pedágios, com foco principal nas pistas de pedágio automático. O Portal Revide entrou em contato com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) para saber quais medidas a empresa já tomou para prevenir as evasões. "Houve reforço da sinalização nas áreas das praças de pedágio e as concessionárias de rodovias passaram a instalar equipamentos automáticos não metrológicos programados, especificamente, para detectar a evasão de pedágio nas pistas automáticas", afirma.

A Artesp também estimula ações que destacam a direção segura como forma de reduzir acidentes. Além disso, há a fiscalização da infração que é feita pela Polícia Rodoviária. A infração é configurada como evasão de pedágio, passível de multa de R$ 195,23 e punição de cinco pontos no prontuário da CNH do motorista infrator. As multas são aplicadas pelo DER e pela Polícia Rodoviária. Nas praças de pedágio onde há fiscalização eletrônica desse tipo de infração, a autuação compete ao DER.

Quem viaja todo dia pelas rodovias, pelo modelo convencional e respeitando as cobranças, discorda das "seguidinhas". Este é o caso de Emerson Jorge Carlos, que viaja de Barrinha a Ribeirão Preto todo dia, onde trabalha como Técnico de Manutenção. "A pessoa que faz isso só está pensando nela e na economia que está fazendo, mas, na verdade, ela não está economizando nada, pois pode pagar um alto preço pela multa recebida", diz.

Carlos, ainda, comenta que não concorda com o valor a ser pago nas praças e, mesmo assim, cumpre com o que é determinado. "Não sou contra o pedágio, eu só acho que o valor não é justo pelo que a gente já paga de imposto neste País", finaliza.


Sob supervisão de Marina Aranha.


Foto: Marcos Santos|USP Imagens (Ilustrativa)

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