Pesquisadora da USP de Ribeirão Preto vence prêmio "Para Mulheres na Ciência"
Todo ano, o prêmio contempla sete mulheres de diversas áreas de atuação com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil

Pesquisadora da USP de Ribeirão Preto vence prêmio "Para Mulheres na Ciência"

A biomédica Sabrina Lisboa ficou entre as sete vencedoras do programa, que visa transformar o cenário da ciência no País

Sabrina Lisboa, de 35 anos, foi uma das sete vencedoras do prêmio "Para Mulheres na Ciência", programa que visa transformar o cenário da ciência no País e incentivar a entrada de mulheres no universo científico. Após estudar biomedicina na Universidade Estadual de Londrina, Sabrina mudou-se para Ribeirão Preto para cursar mestrado e doutorado. Atualmente, ela atua como pesquisadora na Faculdade de Medicina da USP do município. 

Todo ano, o prêmio, que é realizado pela L’Oréal Brasil em parceria com a Unesco, contempla sete mulheres pesquisadoras de diversas áreas de atuação com uma bolsa-auxílio de R$ 50 mil.

Para Sabrina, estar entre as vencedores deste ano é algo indescritível. “A sensação de saber que o que eu estou fazendo tem impacto no meio científico e que pode contribuir para os avanços no entendimento da neurobiologia do transtorno, é muito boa. Demonstra que estou no caminho certo. O reconhecimento que este prêmio traz para o meu trabalho, com certeza, vai me motivar cada vez mais a continuar nesta pesquisa e no caminho árduo que é a ciência aqui no Brasil", contou. 

A pesquisa de Sabrina é voltada para a Neurociências, na área de Neuropsicofarmacologia, e consiste em estudar possíveis alterações no sistema endocanabinoide – que é o conjunto de receptores e enzimas que trabalham como sinalizadores entre as células e os processos do corpo –, no sistema imune do cérebro de roedores expostos a situações traumáticas e relacionar as alterações comportamentais observadas com as condutas típicas do Transtorno de Estresse Pós-traumático.

“Eu trabalho com o modelo animal de Transtorno de Estresse Pós-traumático. No meu projeto não trabalho com pacientes nem com amostras de humanos. É importante estudar estas alterações, pois embora existam tratamentos disponíveis, eles são limitados. Então os estudos experimentais podem nos ajudar a identificar moléculas que estão alteradas em várias etapas dos experimentos e ver como respondem às intervenções farmacológicas”, relata.

Segundo a pesquisadora, no futuro,  o estudo poderá ser um alvo importante para um novo tratamento para o problema. “Essas moléculas poderiam, por exemplo, funcionar como biomarcadores, isto é, como sinais bioquímicos de que o organismo está passando por uma situação traumática, e poderiam ajudar a prever alterações comportamentais típicas do TEPT. Com estes dados, no futuro poderemos avaliar se alterações parecidas são observadas nas pessoas expostas a traumas e que desenvolvem ou não o TEPT. Estas alterações encontradas, portanto, podem ser um alvo importante para direcionar um novo tratamento farmacológico para o problema", explica. 


Foto: Arquivo Pessoal

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