Pesquisadores da região analisam ambiente de 150 milhões de anos atrás
Pesquisadores da região analisam ambiente de 150 milhões de anos atrás

Pesquisadores da região analisam ambiente de 150 milhões de anos atrás

Estudo publicado por pesquisadores da USP-RP e da Unesp descobre sinais de mamíferos mais antigos encontrados em Araraquara

Paleontólogos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP) publicaram artigos em revista científica, no primeiro semestre de 2017, descrevendo novas características dos mamíferos mais antigos encontrados no Brasil, que tiveram sinais descobertos em Araraquara.

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O estudo ajuda a entender a constituição do ambiente de onde hoje encontra-se o território brasileiro, há mais de 140 milhões de anos. Foram publicados trabalhos sobre o Brasilichniu, nome dado pelos cientistas ao mamífero, cujos vestígios foram identificados pelos paleontólogos Max Cardoso Langer, da FFCLRP e Reinaldo José Bertini, do Instituto de Geociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, além do italiano Simone D’Orazi Porchetti, da Universidade La Sapienza, de Roma, pós-doutor em Ribeirão Preto.

Eles descreveram nos artigos as características dos pequenos quadrúpedes, cujas únicas informações conhecidas são que habitavam o paleodeserto Botucatu, imensa área coberta por dunas de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados que cobria o centro-sul do Brasil entre 150 e 140 milhões de anos atrás, na transição dos períodos Jurássico ao Cretáceo. De acordo com estudos, o deserto foi importante para a formação do Aquífero Guarani.

Nos vestígios da espécie encontrados em Araraquara, eles identificaram pistas que evidenciam um animal correndo ou galopando. Dos três trabalhos publicados, dois descrevem duas novas icnoespécies do gênero.

As descrições foram publicadas nos periódicos Palaeogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, e Ichnos, após a análise de material guardado no Museu de Paleontologia da Unesp, e foram encontradas pistas teromorfoides, ou seja, que foram deixadas por animais do grupo dos mamíferos atuais e seus ancestrais diretos.

Segundo o estudo, o modo predominante de locomoção seria a caminhada, seguido pela corrida. Em algumas pouquíssimas pistas, D’Orazi Porchetti conseguiu identificar a locomoção aos saltos bípedes.

“As pegadas Brasilichnium são muito mais um parâmetro ecológico do que cronológico. São importantes para tentar correlacionar bioestratigraficamente aqueles depósitos desérticos, que são muito pobres em outros fósseis”, disse Langer.

Com informações Agência Fapesp


Arte: Aline Ghilardi/ Divulgação Fapesp

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