Franca: PF deflagra operação contra tráfico internacional de pessoas e trabalho escravo
Operação Fada Madrinha emitiu, nesta quinta-feira, 9, 13 mandados de busca e apreensão e prisão preventiva
A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, deflagrou, nesta quinta-feira, 9, em Franca, a Operação Fada Madrinha, para repressão ao tráfico internacional de pessoas e ao trabalho escravo.
Ao todo, 52 policiais federais deram cumprimento a 5 (cinco) mandados de prisão preventiva e 8 (oito) mandados de busca e apreensão nas cidades de Franca (SP), São Paulo (SP), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Jataí (GO), Rio Verde (GO) e Leopoldina (MG) - todos expedidos pela 2ª Vara Federal de Franca, SP.
A investigação teve início em novembro de 2017, quando a Polícia Federal recebeu informações de que transexuais estavam sendo aliciadas pelas redes sociais com promessas da realização de procedimentos cirúrgicos para a transformação facial e corporal e da participação em concursos de misses na Itália.
As investigações apontam que as vítimas, ao chegarem à cidade de Franca, em busca das promessas, eram submetidas à exploração sexual e à condição análoga à de escravas, sendo obrigadas a adquirir itens diversos dos investigados (roupas, perucas, sapatos etc.), o que as levava a um ciclo de endividamento.
Os investigados aplicavam silicone industrial no corpo das vítimas e as encaminhavam para clínicas médicas para implante de próteses mamárias, com indícios de que as próteses utilizadas eram provenientes de reuso.
As vítimas consideradas mais bonitas e promissoras eram enviadas à Itália para a participação em concursos de misses, tudo financiado pelos investigados, o que dava causa a um novo ciclo de endividamento. Naquele país, eram novamente submetidas à exploração sexual para o pagamento de suas dívidas com o grupo criminoso.
Durante as investigações, foi apurado que esquema semelhante ao de Franca estava em curso nos Estados de Goiás e de Minas Gerais e que havia uma parceria comercial entre os investigados, mediante o “intercâmbio” de vítimas.
Os investigados responderão por crimes de tráfico internacional de pessoas, redução à condição análoga à de escravo, associação criminosa, rufianismo e exercício ilegal da medicina. Se condenados, as penas podem ultrapassar 25 anos de reclusão.
Informações da Polícia Federal.
Imagem: Revide